São Paulo, domingo, 23 de setembro de 2007

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Brasil perde 3,6 milhões de adeptos ao cigarro desde 2002

DA REPORTAGEM LOCAL

O número de fumantes está em queda no Brasil, segundo o levantamento do Datafolha. Eles correspondem a 23% da população com 18 anos ou mais. Em 2002, eram 26%. Traduzindo em números absolutos, significa que mais de 3,6 milhões de pessoas ou deixaram de fumar ou não começaram nos últimos cinco anos.
Para se ter uma idéia do tamanho da façanha, seria como se as populações de Campinas (SP), Curitiba e São Luís (MA) deixassem o cigarro.
A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera o Brasil o país que mais reduziu o número de fumantes no mundo nos últimos dez anos.
A explicação para a redução não é complexa, segundo a médica Vera Luiza da Costa e Silva, da Opas (Organização Panamericana de Saúde): "O número de fumantes está caindo no Brasil porque o nível de informação da população sobre o tabaco é alto e as leis de regulamentação funcionam".
A queda de fumantes não é homogênea. Enquanto o número de fumantes homens caiu cinco pontos percentuais entre 2002 e 2007 (de 32% para 27%) entre as mulheres a variação fica na margem de erro (de 20% para 19%). A margem de erro é de dois pontos percentuais.
A maior variação entre os levantamentos de 2002 e o deste ano é na faixa etária que vai de 35 a 44 anos. A redução de fumantes foi de 10 pontos percentuais (de 37% para 27%). A região Sul do país foi a que teve a redução mais acentuada -de 32% para 27%.

Outros estudos
Levantamento feito com métodos diferentes do usado pelo Datafolha confirma a queda de fumantes. Um estudo publicado em julho deste ano no boletim da Organização Mundial da Saúde mostra que o percentual de fumantes caiu de 34,8% em 1989 para 22,4% em 2003. A queda foi mais acentuada entre os homens (de 43,3% para 27,1%) do que nas mulheres (27,0% para 18,4%).
Enquanto os homens reduziram o consumo diário de cigarros de 14,9 para 12,6, entre as mulheres o número ficou estável (de 10,9 para 10,2).
O trabalho, assinado por Carlos Augusto Monteiro e Tania Cavalcante, entre outros, mostra que as maiores quedas ocorreram em duas faixas etárias: a de 24 a 34 anos e a acima de 65. Na primeira, a queda foi de 40,6% em 1989 para 23,6% em 2003. Entre os que têm mais de 65 anos, os fumantes caíram de 34,8% para 22,4%. O estudou usou dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição.(MCC)

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