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HOMENAGEM
Ativista brasileira ganha prêmio mundial de direitos humanos
DE NOVA YORK
Militante de direitos humanos há 20 anos, a diretora
da ONG Justiça Global, Sandra Carvalho, se tornou ontem a primeira brasileira a
ganhar o prêmio de Direitos
Humanos da organização
Human Rights First. Ela dividiu a homenagem com
Principe Gabriel Gonzalez,
defensor dos direitos de presos políticos da Colômbia.
Sandra, 40, iniciou sua trajetória quando cursava ciências sociais em São Paulo.
Logo em seguida, integrou a
comissão que entrou no presídio do Carandiru logo após
a chacina de 111 presos. Desde então, especializou-se na
área de segurança pública, na
qual denunciou grupos de
extermínio, chacinas e locais
usados para tortura e desova
de cadáveres.
O prêmio já foi dado ao ex-senador dos EUA Edward
Kennedy e as paquistanesas
Asma Jahangir e Hina Jilani.
Para Sandra, a premiação é
uma forma de dar visibilidade aos desafios do país na
área de direitos humanos.
Após duas décadas de atuação, ela diz que somente agora a família começou a se
acostumar com o seu trabalho. "No início, eles tinham
muito medo", afirma.
Há cinco anos ela mora no
Rio e diz que o governo do
Estado não buscou diálogo
com os movimentos sociais.
Na sua avaliação, os eventos de violência na cidade
desde o último fim de semana não são um fato isolado.
"Em nome do combate ao
tráfico de drogas, o que a
gente está vendo é uma política de extermínio", diz.
Para a ativista, o Rio não
tem uma política de confronto. "Confronto pressupõe
duas forças iguais, e não é isso que existe."
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