UOL


São Paulo, domingo, 23 de novembro de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

"Teoria da higiene" não vale para a AL

DA REPORTAGEM LOCAL

A "teoria da higiene", utilizada para explicar o aumento de doenças alérgicas em países desenvolvidos na década de 90, parece não ter aplicação para a América Latina, explica Charles Naspitz, professor-titular da disciplina de Alergia, Imunologia e Reumatologia da Pediatria da Universidade Federal de São Paulo.
Formulada por um pesquisador inglês, David Strachan, a teoria diz, em resumo, que a ausência de estímulos infecciosos nos países ricos -traduzindo, casas e ambientes comuns livres de bactérias, doenças parasitárias- teria causado um desvio no sistema de defesa do organismo. Em vez de combater infecções, este teria passado a fabricar anticorpos contra substâncias antes inócuas, como pó e ácaro, o que explicaria o crescimento de doenças alérgicas.
Um estudo internacional, o Isaac (sigla em inglês para estudo internacional sobre asma e alergias na infância), mostrou, no entanto, que em países em desenvolvimento as prevalências são quase tão altas quanto as de países desenvolvidos. O Brasil, ao lado do Peru, ambos com prevalências de 20% a 30%, perde somente para o Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia, com 35%. No Brasil, crianças entram em contato com bactérias três horas após o nascimento, contra três meses em países desenvolvidos. FL


Texto Anterior: Saúde: Tratamento de rinite pode prevenir asma
Próximo Texto: Campanha recomenda "vida normal"
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.