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Cantina em Pinheiros é fechada por falta de alvará
Uma das irregularidades é que a obra não apresenta 15% de área permeável
Proprietário do Pasquale diz que já estava concluindo as alterações necessárias e que
não havia necessidade de lacrar o restaurante
DA REPORTAGEM LOCAL
Em mais uma ação de fiscalização por falta de alvará de funcionamento ou irregularidades
com a lei de zoneamento, a Prefeitura de São Paulo fechou na
última quarta-feira a cantina
Pasquale, restaurante badalado
no bairro de Pinheiros (zona
oeste da capital).
Aberta desde agosto de 2005
na rua Amália de Noronha, altura da Capote Valente, a Pasquale recebeu três multas: uma
de R$ 2.180 e outras duas de
R$ 1.090 e R$ 2.180, em outubro e maio deste ano, respectivamente, segundo a Subprefeitura de Pinheiros.
A cantina foi fechada por volta do meio-dia de anteontem,
na presença de clientes.
Segundo o proprietário, Pasquale Nigro, a justificativa da
subprefeitura para não fornecer o alvará foi a de que o terreno não tinha 15% de área permeável -como exige a legislação. Uma obra no estacionamento de trás para plantação
de grama estava prevista para
acabar de ontem para hoje.
"Não precisaria fechar. Era
só dizer o que fazer e pronto. Já
está quase tudo pronto. Agora,
quando vão abrir? Não havia
necessidade disso tudo. Não
precisava fazer esse escândalo
besta", afirma Nigro, que diz
ainda que o local era freqüentada pelo prefeito Gilberto Kassab, pelo governador José Serra
e pelo secretário das subprefeituras, Andrea Matarazzo.
Para Nigro, a falta de alvará
decorre da lentidão da prefeitura em expedir o documento.
Ele diz ainda que fiscais da subprefeitura deram prazo para a
conclusão das obras no restaurante, mas fecharam a cantina
antes do combinado.
"Não posso esperar três anos
por um documento. Já estava
providenciando o alvará, que
tem uma série de etapas. Fui
obrigado a ficar mexendo no
imóvel e esperar a vistoria. Faltou orientação. Sou cozinheiro,
não sou engenheiro", diz.
Com capacidade para cem
pessoas, a cantina Pasquale
chega a receber 400 clientes
aos sábados e emprega cerca de
30 funcionários.
De acordo com Nigro, o restaurante trouxe benfeitorias à
região, como melhora da iluminação e segurança.
Resposta
Subprefeito de Pinheiros,
Nilton Elias Nachle diz que
desde maio o Pasquale sabe que
está em situação irregular.
"A cantina já havia sido intimada antes. As pessoas jogam a
responsabilidade na costas da
prefeitura, é mais cômodo. Ele
não tem licença e foi fechado
pela falta dela. As pessoas querem culpar a prefeitura por
seus próprios erros. Se não se
regularizam, são lacrados por
força da lei", diz Nachle.
Para o subprefeito, a demora
na concessão do alvará para a
cantina decorre da incompatibilidade entre o projeto apresentado à prefeitura e a execução das obras no local.
"Como vou dar alvará a quem
tem prédio irregular? Ele tem
de se adequar ao projeto que
entregou à prefeitura. O Pasquale tinha zero de área permeável. O local estava em desacordo com o projeto que ele
próprio propôs."
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