|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Cesp já pediu devolução de multas
DA REPORTAGEM LOCAL
A Cesp (Companhia Energética
de São Paulo) sustenta que a documentação da obra no prédio da
avenida Paulista estava em dia em
junho de 2001. A afirmação foi dada várias vezes à Folha, durante a
última semana, nas respostas às
inúmeras questões da reportagem -todas feitas por e-mail,
por exigência da companhia.
Usando exatamente essa argumentação, a estatal informa ter
entrado, em 15 de setembro de
2003, com um recurso administrativo pedindo que a prefeitura
lhe devolva os R$ 118 mil que ela
desembolsou para arcar com as
quatro multas que lhe foram impostas na ocasião do embargo.
A Cesp diz ainda que, devido à
interdição, que sustenta ser indevida, impetrou na 6ª Vara da Fazenda Pública um mandado de
segurança contra a prefeitura em
30 de julho de 2001, um mês depois da fiscalização e ainda antes
do fim do embargo. Mas, sem obter liminar e conseguindo revogar
administrativamente a paralisação das obras, a companhia afirma ter desistido do processo.
"Eles acharam que havia irregularidade, e nós provamos que não
havia", resume o assessor da diretoria de planejamento da Cesp,
Luiz Morita. Foi Morita quem foi
à AR-Sé no dia seguinte à fiscalização apresentar documentos do
caso. Na ocasião, o motivo do embargo foi alterado e o valor de
uma multa foi reduzido em mais
de R$ 2 milhões.
A energética diz ainda que uma
eventual ação de indenização pelos 45 dias de equipamentos parados e funcionários só será avaliada após o resultado do recurso
administrativo.
Sobre a renegociação da dívida
da prefeitura -dividida em oito
parcelas anuais-, a estatal se limita a afirmar que "o valor acordado foi o devido" e que "a Cesp
desconhece eventuais ações administrativas de fiscalização relacionadas com o pagamento da dívida". De acordo com a companhia, Hélio Bicudo não teve contato com a empresa durante as
negociações do caso.
Sem explicações
Na Subprefeitura da Sé a informação dada à reportagem é que
ninguém pode explicar exatamente o que aconteceu em 2001
porque os funcionários não mais
trabalham naquele órgão.
Dessa forma, não é possível saber, por exemplo, os motivos pelos quais a comunicação de início
de obra da Cesp demorou quase
um ano e meio para ser analisada
(o período legal é 90 dias) e de onde a fiscalização tirou a informação de que a estrutura das fundações não havia sido concluída
dentro da validade do alvará
-argumento em que baseou o
embargo da reforma, mas que foi
negado depois em certidão emitida pela Secretaria da Habitação.
A então administradora regional da Sé, Clara Ant, hoje assessora especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), não quis falar com a Folha. Segundo sua secretária, "desde que assumiu o
posto, ela não dá entrevistas a
ninguém sobre nada".
Texto Anterior: Bicudo diz que fez "encontro de contas" Próximo Texto: Servidora relata três conversas com vice-prefeito Índice
|