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Tarso volta a defender novo fundo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Tarso Genro voltou
ontem a defender, em audiência
com senadores, a criação de um
fundo específico para financiar
universidades públicas, uma espécie de Fundef (fundo que financia o ensino fundamental) para a
educação superior.
Segundo Tarso, o fundo seria
composto por um conjunto de
impostos e não poderia ter recursos bloqueados (contingenciados). A verba seria repassada diretamente às instituições, que decidiriam onde aplicá-la.
Tarso disse que essa é uma das
idéias que serão incluídas no debate da reforma universitária no
tema do financiamento. O projeto
de lei da reforma deve ficar pronto até novembro para ser encaminhado ao Congresso.
Para ele, não haverá autonomia
da universidade se houver contingenciamento ou se o volume de
verba não for previsível.
O ministro afirmou que o governo não vai criar impostos para
financiar o ensino superior, mas
que, nos debates, surgiu a proposta de uma CPMF (o chamado imposto do cheque) para o setor. Para as federais, Tarso disse que o
MEC está negociando alternativas
para melhorar o repasse.
Sobre a instituição de cotas para
negros, Tarso disse aos senadores
que o governo vai propor, por
meio de medida provisória, uma
norma genérica, que não interfira
na autonomia das universidades.
"Raça e condição social estão
integrados pela estrutura social
perversa que herdamos. O ponto
de partida é social, mas temos que
combinar a reparação para negros. Só não podemos permitir
que um negro pobre concorra
com um branco pobre e um exclua o outro."
Críticas da Andifes
A Andifes (Associação Nacional
dos Dirigentes das Instituições
Federais de Ensino Superior) divulgou ontem um manifesto contra o Universidade para Todos,
programa a ser instituído pelo governo para "estatizar" 100 mil vagas em cursos particulares.
A Andifes classifica o programa
de "compra de vagas", defende o
fortalecimento de instituições públicas e diz que o governo "não
pode patrocinar a oferta de oportunidade desigual de acesso à
educação superior".
A proposta do MEC é que instituições privadas destinem um
percentual de vagas para alunos
carentes, professores da rede pública sem diploma, negros e portadores de deficiência.
Em troca, a universidade teria
isenção de impostos federais. O
ministério alega que a maior parte
das instituições já possui isenção
por não ter fins lucrativos.
Para a Andifes, que representa
54 instituições federais, os cursos
das universidades públicas têm
mais qualidade e deveriam ter
verba garantida.
"Não estamos fazendo compra
de vagas. Estamos transformando-as em vagas públicas", disse.
Segundo o ministro, o Universidade para Todos "poupará" recursos públicos porque, gradativamente, pode substituir o Fies
-atual sistema de financiamento
para alunos da rede privada.
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