São Paulo, domingo, 24 de abril de 2005

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Entidade teme monopólio

DA REPORTAGEM LOCAL

Presidente da entidade que representa as operadoras de planos de saúde, a Abramge, Arlindo de Almeida diz temer que as linhas de crédito para estimular fusões e aquisições de empresas do setor gerem um monopólio.
"E nunca vi um sistema que se monopolize e que seja benéfico ao consumidor", continuou o executivo da Associação Brasileira de Medicina de Grupo.
As operadoras e hospitais, afirma, têm um estoque de dívida, principalmente de tributos, e precisam de um refinanciamento dos débitos. "Seria fazer um alongamento da dívida para termos recursos para tocar daqui para a frente", diz Almeida. "Os Estados Unidos, quando regulamentaram os planos durante o governo Nixon, deram recursos para que as empresas se preparassem."
O setor entende que a regulamentação dos planos no Brasil, em 1998, trouxe um excesso de exigências, como aumento de coberturas de doenças, sem que as operadoras tivessem capacidade financeira para atendê-las.
O diretor-presidente da ANS, Fausto Pereira dos Santos, destacou que o órgão não tem interesse em intermediar operações para amortização de débitos, mas apenas para a reestruturação.
Almeida elogiou, no entanto, o fundo para crédito de curto prazo em formulação no Banco do Brasil. "É bem-vindo porque não temos linha nenhuma de financiamento", afirmou Almeida, que ressalta, no entanto, ainda desconhecer detalhes da operação.
A Abramge nega que o setor seja hoje subsidiado por recursos públicos. Segundo a avaliação das operadoras, ressarcir os cofres do Estado por atender a seus clientes não faz sentido, uma vez que a Constituição prevê que a Saúde é direito de todos.
Almeida disse que um estudo feito pela entidade estimou que a saúde suplementar faça o SUS economizar até R$ 8 bilhões por ano por realizar atendimentos que teriam de ser feitos em unidades públicas se a medicina privada não existisse. (FL)


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