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SAÚDE/ENDOCRINOLOGIA
Aparelho é colocado no abdômen do paciente por três dias e calcula as variações da glicose
Sensor permite diagnóstico preciso para tratar diabetes
FERNANDA BASSETTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Diabético desde os 16 anos, o estudante José Marcos Santana
Marrone, 22, precisou usar o sensor CGMS (Sistema de Monitorização Contínua de Glicose) para
ter um diagnóstico preciso dos picos de alteração da taxa de glicose
no sangue e alterar o tratamento
que até então estava recebendo
para controle do diabetes.
Utilizado por endocrinologistas, o aparelho permite que o médico prescreva uma terapia especializada, de acordo com as alterações de glicemia de cada paciente.
Segundo o endocrinologista e
chefe do setor de diabetes da Unifesp (Universidade Federal de São
Paulo), Sérgio Atala Dib, o equipamento é instalado em pacientes
que têm variações de glicemia acima do normal e não apresentam
os sintomas comuns. Se não forem tratadas adequadamente, segundo Dib, essas variações podem provocar alterações nos rins
e problemas na retina.
A presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Marisa Helena Cesar Coral diz que o sensor é utilizado
"em pacientes com o diabetes
descontrolado". "Seu uso é muito
indicado para pessoas que têm dificuldade em acertar a dosagem
de insulina no sangue."
Sem a necessidade de cirurgia, o
paciente instala o equipamento
sob a pele -geralmente na região
do abdômen-, e permanece
com o equipamento ligado durante três dias.
Após os três dias, os dados coletados são passados para um computador que apresenta as médias
de variações de glicose em todos
os períodos do dia. "Isso é muito
importante porque o paciente pode ter essas alterações durante a
madrugada", disse Dib.
A endocrinologista Vera Cuoco
diz que o sensor possibilita um
tratamento mais eficaz para cada
paciente. "Após o diagnóstico, o
médico pode propor doses diferentes de insulina nos horários
em que o paciente registrou mais
alterações", explica.
Segundo Vera, um estudo da
Associação Americana de Diabetes apontou que os pacientes que
usam o aparelho apresentam metade do número de casos de hipoglicemia em relação aos que medem a glicose por meio de picadas
diárias nos dedos.
Há dois tipos diferentes de diabetes: o tipo 1 -que ocorre com
maior freqüência em jovens- e o
tipo 2 -que normalmente está ligado à obesidade.
No caso do diabetes tipo 1, há
uma destruição das células produtoras de insulina por engano. O
paciente precisa tomar insulina.
No diabetes tipo 2 não há dependência de insulina. O corpo a
produz, mas ela não funciona
adequadamente. A maioria dos
diabéticos é obeso.
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