São Paulo, domingo, 24 de abril de 2005

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SAÚDE/ENDOCRINOLOGIA

Aparelho é colocado no abdômen do paciente por três dias e calcula as variações da glicose

Sensor permite diagnóstico preciso para tratar diabetes

FERNANDA BASSETTE
DA REPORTAGEM LOCAL

Diabético desde os 16 anos, o estudante José Marcos Santana Marrone, 22, precisou usar o sensor CGMS (Sistema de Monitorização Contínua de Glicose) para ter um diagnóstico preciso dos picos de alteração da taxa de glicose no sangue e alterar o tratamento que até então estava recebendo para controle do diabetes.
Utilizado por endocrinologistas, o aparelho permite que o médico prescreva uma terapia especializada, de acordo com as alterações de glicemia de cada paciente.
Segundo o endocrinologista e chefe do setor de diabetes da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), Sérgio Atala Dib, o equipamento é instalado em pacientes que têm variações de glicemia acima do normal e não apresentam os sintomas comuns. Se não forem tratadas adequadamente, segundo Dib, essas variações podem provocar alterações nos rins e problemas na retina.
A presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, Marisa Helena Cesar Coral diz que o sensor é utilizado "em pacientes com o diabetes descontrolado". "Seu uso é muito indicado para pessoas que têm dificuldade em acertar a dosagem de insulina no sangue."
Sem a necessidade de cirurgia, o paciente instala o equipamento sob a pele -geralmente na região do abdômen-, e permanece com o equipamento ligado durante três dias.
Após os três dias, os dados coletados são passados para um computador que apresenta as médias de variações de glicose em todos os períodos do dia. "Isso é muito importante porque o paciente pode ter essas alterações durante a madrugada", disse Dib.
A endocrinologista Vera Cuoco diz que o sensor possibilita um tratamento mais eficaz para cada paciente. "Após o diagnóstico, o médico pode propor doses diferentes de insulina nos horários em que o paciente registrou mais alterações", explica.
Segundo Vera, um estudo da Associação Americana de Diabetes apontou que os pacientes que usam o aparelho apresentam metade do número de casos de hipoglicemia em relação aos que medem a glicose por meio de picadas diárias nos dedos.
Há dois tipos diferentes de diabetes: o tipo 1 -que ocorre com maior freqüência em jovens- e o tipo 2 -que normalmente está ligado à obesidade.
No caso do diabetes tipo 1, há uma destruição das células produtoras de insulina por engano. O paciente precisa tomar insulina.
No diabetes tipo 2 não há dependência de insulina. O corpo a produz, mas ela não funciona adequadamente. A maioria dos diabéticos é obeso.


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