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MARIA INÊS DOLCI
Insegurança total
A segurança de um país tem mais a ver com garantia do fornecimento de energia e melhorar educação e saúde
SEGURANÇA DE um país, no período da "Guerra Fria" -entre
alinhados aos Estados Unidos
e partidários da antiga União Soviética- significava reforçar as defesas
de cada nação, controlar as informações estratégicas (militares, industriais, tecnológicas), dentre outras
medidas. Hoje, obviamente, isso
acabou, e os conflitos étnico-religiosos não têm o status de uma Guerra
Fria ou Quente.
Por isso, garantir a segurança de
um país tem mais a ver com garantia
do fornecimento de energia; aperfeiçoar a infra-estrutura; melhorar
educação e saúde; colecionar patentes tecnológicas. Além de bancar direitos fundamentais, por intermédio de um Judiciário livre e respeitável, como o direito de ir-e-vir em
segurança.
Nesse sentido, qual a segurança do
Brasil hoje?
Não podemos sair às ruas sem a
ameaça -próxima ou distante- de
uma bala perdida. Entrar em uma
agência bancária, em São Paulo, neste 2007, é um risco bem maior do
que de costume. Viajar de avião,
também, pois não nos tranqüiliza
nada saber que controladores de vôo
e autoridades dessa área estão em
uma vigorosa queda-de-braço.
Isso tudo não bastasse, agora, a vizinha Bolívia, do "muy amigo" Evo
Morales, nos ameaça com racionamento de gás, esse mesmo que você,
leitor, leitora, que tem gás encanado,
usa na cozinha de sua casa para
preparar alimentos.
Faltaram avisos sobre quaisquer
das ameaças citadas acima? Não, sobraram advertências. As autoridades se prepararam, com planos contingenciais para enfrentá-las? Não,
nem de longe.
Realmente, a única velocidade administrativa que bate todos os recordes, no Brasil, é a sanha arrecadatória em cima de um só segmento,
conhecido como classe média.
Estamos, aliás, vivendo a era da
chantagem. Sindicatos e centrais
sindicais manipulam filiados para
fazer "paralisações" de advertência
contra a derrubada do veto do presidente Lula à emenda número 3,
aquela que só dizia que fiscal é fiscal,
juiz é juiz, na hora de definir se uma
PJ (Pessoa Jurídica) atua ou não como empregado em uma empresa.
Veto que o Congresso Nacional,
aliás, parece ter esquecido em meio
às suas preocupações com prioridades, como planos de saúde para jornalistas que cobrem a casa.
Uma dessas "advertências" foi feita por metroviários e profissionais
de empresas de ônibus urbano na cidade de São Paulo, ontem, prejudicando milhões, em prol de interesses meramente políticos de dirigentes sindicais.
Sempre podemos recorrer ao Judiciário, é claro. Mas este poder também sofreu abalos com as Operações Hurricane (Furacão) e Têmis,
da Polícia Federal, na devassa contra juízes sob suspeita de vender decisões, e os que exploram bingos e
caça-níqueis. O Judiciário deve, à
sociedade brasileira, a apuração de
suas mazelas internas, para que tenhamos certeza absoluta de que as
sentenças recebidas nos mais variados julgamentos nos beneficiem ou
prejudiquem em função da lei. Somente da observação da lei, e nada
mais. Tenho medo, e me sinto insegura, em meio a tudo isso. E você?
NA INTERNET -
http://mariainesdolci.folha.blog.uol.com.br
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