São Paulo, quarta-feira, 24 de maio de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Secretária vê perda de controle

DA REPORTAGEM LOCAL

Para a secretária estadual da Educação, Rose Neubauer, a Apeoesp (sindicato dos professores estaduais) está perdendo o controle do movimento. "Os grupos mais radicais estão ganhando espaço. Nós respeitamos o direito de reivindicação, mas não podemos tolerar ofensas pessoais", diz a secretária.
Desde o dia em que um grupo de manifestantes da corrente mais radical da Apeoesp acampou na praça da República, a secretaria está gravando os discursos feitos no carro de som.
O secretário-adjunto de educação, Hubert Alquéres, afirma que não pretende usar a fita para processar os manifestantes. "Estamos gravando todas as ofensas. Num outro momento é que vamos avaliar se é o caso de tomar alguma atitude", afirma Alquéres.
Rose Neubauer afirma que a decisão de gravar o que está sendo dito na praça da República é apenas uma precaução. "Não temos interesse em processar nenhum desses manifestantes", diz.
O diretor de imprensa do grupo que está acampado na porta principal da secretaria, Carlos Alberto Ferreira, afirma que não é possível controlar todas as pessoas que falam ao microfone. "Não estamos censurando ninguém que queira se manifestar. As ofensas pessoais chegaram a este ponto porque o governo está destruindo a educação pública", diz.
A presidente da Apeoesp, Maria Izabel Noronha, afirma que a entidade não pode responder por posicionamentos pessoais de manifestantes. "A diretoria não aprova nenhuma ofensa pessoal à secretária ou ao governador. As muitas críticas que temos são em relação à política salarial desse governo", diz Izabel.
Sobre a acusação de perda de controle, ela nega que isso esteja acontecendo. "Quem perdeu o controle foi a secretaria, que subestimou a capacidade de mobilização dos professores", diz.

Adesão
Neubauer atribuiu o aumento na adesão à greve na sexta-feira à repercussão do conflito de quinta-feira passada na avenida Paulista. Ela ponderou, no entanto, que "é normal haver um crescimento no número de ausências na sexta-feira, quando, tradicionalmente, o número de professores que deixam de dar aula é maior."
Segundo a secretaria, essa tendência já foi revertida no início desta semana. Os dados oficiais mostram que a adesão à greve foi de 10% do total de professores, percentual menor do que os 15% divulgados na segunda e que diziam respeito aos turno da tarde e noite de sexta e da manhã de segunda.
Para a Apeoesp, no entanto, a adesão dos professores continua crescendo. "Estamos com uma taxa de paralisação de 80% a 85% dos professores", diz a presidente da Apeoesp.


Texto Anterior: Acampados querem cercar prédio
Próximo Texto: Greve do funcionalismo: Paralisação afeta 23% dos hospitais de SP
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.