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GREVE DO FUNCIONALISMO
Cerca de mil pessoas são prejudicadas por dia com o movimento dos servidores estaduais
Paralisação afeta 23% dos hospitais de SP
GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Dos 48 hospitais estaduais do
Estado, pelo menos 11 (23%) enfrentam problemas com a paralisação dos servidores, segundo a
Secretaria Estadual da Saúde.
Cerca de mil pessoas são prejudicadas por dia com a greve. Elas
têm de voltar para suas casas sem
conseguir marcar consulta ou
exame laboratorial.
A Folha contatou 6 hospitais da
capital e 5 do interior que apresentavam paralisação parcial dos
servidores até ontem à tarde. Na
metade deles, a marcação de consultas e exames estava suspensa.
A presidente do Sindsaúde (Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde do Estado de São
Paulo), Sônia Takeda, afirmou
que o número de hospitais atingidos pela greve é bem maior.
Segundo Sônia, 27 dos 48 hospitais no Estado só estão realizando
atendimentos de urgência.
No Hospital Brigadeiro, a marcação de consultas está suspensa
desde o começo da semana passada. O hospital marca uma média
de 500 consultas por dia.
"A greve atingiu 70% dos servidores e só atendemos as urgências
e emergências", afirmou a chefe
do setor de zeladoria do hospital,
Maria Cecília Gabriel.
No Hospital Psiquiátrico da
Água Funda (zona noroeste de
São Paulo), as internações estão
suspensas desde o último sábado.
A instituição só trabalha com internações, marcadas pela central
de vagas da Secretaria de Saúde.
Ontem, o hospital tinha vagos
20 dos 140 leitos. Mas o preenchimento dessas vagas não deve
acontecer por causa da paralisação dos servidores. A instituição
realiza uma média de 90 internações por mês.
O Hospital Regional de Osasco
(Grande São Paulo) também suspendeu serviços. A marcação de
150 consultas e a realização de
cem exames laboratoriais por dia
foram cancelados.
Só os atendimentos aos pacientes internos e aos casos de urgência e emergência foram mantidos
pelo hospital.
"Estão pegando o telefone e o
endereço das pessoas para entrarmos em contato depois que terminar a paralisação", afirmou a
auxiliar de enfermagem Juraci de
Paula, diretora do Sindsaúde em
Osasco.
O Hospital Regional de Assis
(460 quilômetros de São Paulo)
suspendeu, desde o último dia 10,
a marcação de cerca de cem consultas ambulatoriais e 30 exames
laboratoriais por dia.
"Os casos sem urgência não têm
jeito, vão ter de esperar", afirmou
Gervásio Fuganholi, do comando
de greve em Assis.
O Hospital Maternidade de Presidente Prudente (558 quilômetros de São Paulo) cancelou os 15
exames diários de ultra-sonografia e a marcação de cem consultas
para gestantes.
Funcionários dos hospitais São
Mateus, Nova Cachoeirinha,
Darcy Vargas e Mandaqui (capital) aderiram à greve, mas não
houve suspensão de serviços.
O atendimento também foi normal no Hospital Francisco Ribeiro Arantes, em Itu (92 quilômetros de São Paulo), e Guilherme
Álvaro, em Santos (litoral paulista), apesar de haver adesões parciais à greve.
A greve dos servidores estaduais
da saúde está tendo reflexos no
serviço municipal. Segundo a prefeitura, os atendimentos no posto
de saúde de São Mateus (zona leste) subiram de 300 para 1.000 por
dia desde o começo da paralisação. Isso está provocando uma redução dos estoques de farmácia e
almoxarifado.
Colaborou "Agora São Paulo"
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