São Paulo, quarta-feira, 24 de maio de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

GREVE DO FUNCIONALISMO
Cerca de mil pessoas são prejudicadas por dia com o movimento dos servidores estaduais
Paralisação afeta 23% dos hospitais de SP

GILMAR PENTEADO
DA REPORTAGEM LOCAL

Dos 48 hospitais estaduais do Estado, pelo menos 11 (23%) enfrentam problemas com a paralisação dos servidores, segundo a Secretaria Estadual da Saúde.
Cerca de mil pessoas são prejudicadas por dia com a greve. Elas têm de voltar para suas casas sem conseguir marcar consulta ou exame laboratorial.
A Folha contatou 6 hospitais da capital e 5 do interior que apresentavam paralisação parcial dos servidores até ontem à tarde. Na metade deles, a marcação de consultas e exames estava suspensa.
A presidente do Sindsaúde (Sindicato dos Trabalhadores Públicos da Saúde do Estado de São Paulo), Sônia Takeda, afirmou que o número de hospitais atingidos pela greve é bem maior.
Segundo Sônia, 27 dos 48 hospitais no Estado só estão realizando atendimentos de urgência.
No Hospital Brigadeiro, a marcação de consultas está suspensa desde o começo da semana passada. O hospital marca uma média de 500 consultas por dia.
"A greve atingiu 70% dos servidores e só atendemos as urgências e emergências", afirmou a chefe do setor de zeladoria do hospital, Maria Cecília Gabriel.
No Hospital Psiquiátrico da Água Funda (zona noroeste de São Paulo), as internações estão suspensas desde o último sábado. A instituição só trabalha com internações, marcadas pela central de vagas da Secretaria de Saúde.
Ontem, o hospital tinha vagos 20 dos 140 leitos. Mas o preenchimento dessas vagas não deve acontecer por causa da paralisação dos servidores. A instituição realiza uma média de 90 internações por mês.
O Hospital Regional de Osasco (Grande São Paulo) também suspendeu serviços. A marcação de 150 consultas e a realização de cem exames laboratoriais por dia foram cancelados.
Só os atendimentos aos pacientes internos e aos casos de urgência e emergência foram mantidos pelo hospital.
"Estão pegando o telefone e o endereço das pessoas para entrarmos em contato depois que terminar a paralisação", afirmou a auxiliar de enfermagem Juraci de Paula, diretora do Sindsaúde em Osasco.
O Hospital Regional de Assis (460 quilômetros de São Paulo) suspendeu, desde o último dia 10, a marcação de cerca de cem consultas ambulatoriais e 30 exames laboratoriais por dia.
"Os casos sem urgência não têm jeito, vão ter de esperar", afirmou Gervásio Fuganholi, do comando de greve em Assis.
O Hospital Maternidade de Presidente Prudente (558 quilômetros de São Paulo) cancelou os 15 exames diários de ultra-sonografia e a marcação de cem consultas para gestantes.
Funcionários dos hospitais São Mateus, Nova Cachoeirinha, Darcy Vargas e Mandaqui (capital) aderiram à greve, mas não houve suspensão de serviços.
O atendimento também foi normal no Hospital Francisco Ribeiro Arantes, em Itu (92 quilômetros de São Paulo), e Guilherme Álvaro, em Santos (litoral paulista), apesar de haver adesões parciais à greve.
A greve dos servidores estaduais da saúde está tendo reflexos no serviço municipal. Segundo a prefeitura, os atendimentos no posto de saúde de São Mateus (zona leste) subiram de 300 para 1.000 por dia desde o começo da paralisação. Isso está provocando uma redução dos estoques de farmácia e almoxarifado.


Colaborou "Agora São Paulo"

Texto Anterior: Secretária vê perda de controle
Próximo Texto: Em Campinas, 4.500 deixam de ser atendidos
Índice

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.