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Reposição de aula ameaça as férias nas universidades
DA REPORTAGEM LOCAL
DA FOLHA CAMPINAS
A greve das universidades públicas já ameaça as férias deste
ano, e os alunos da USP, da Unesp
e da Unicamp podem ter aulas em
julho e dezembro para repor os
dias parados.
Amanhã a greve completa um
mês. Sem avanço nas negociações
entre reitores e servidores, a paralisação atinge 90% das três universidades. Serão 21 dias úteis
sem aulas, que, pela LDB (Lei de
Diretrizes e Bases da Educação),
não podem ser perdidos. A LDB
determina que o ano letivo tenha
200 dias.
"A reposição nem foi discutida.
Os professores têm de voltar às
aulas primeiro", disse a pró-reitora de graduação da USP, Ada Pelegrini Grinover.
"Atualmente, é possível escolher a reposição para julho ou dezembro. Se a greve se prolongar, a
reposição pegará os dois períodos", disse Grinover.
Segundo a pró-reitora, o calendário tem folga para três meses de
reposição. "Se a greve durar mais
do que isso, já avança no ano letivo de 2001", afirmou ela. O vestibular não fica ameaçado. O que
pode mudar é o início das aulas,
previsto para começar na última
semana de fevereiro.
"Até o momento, não discutimos a reposição. Mas os alunos já
manifestam preocupação. Nas assembléias, muitos perguntam: "E
aí, como vai ficar o calendário?'",
disse Alexandre Nohara, do comando de greve dos alunos.
Entre os professores, o tema reposição ainda não foi tocado.
"Nunca se faz essa discussão durante a greve", disse Marcos Nobre, vice-presidente da Adunicamp (Associação dos Docentes
da Unicamp). "É um assunto para
ser discutido na volta às aulas",
completou ele.
Os estudantes apóiam a greve.
"Até agora, não houve avanços
nas negociações. Não é o momento de pressionar os professores. É
hora de aumentar a mobilização.
Depois discutiremos com calma a
reposição", disse Nohara.
"Se não fizermos uma reposição
séria, nossa luta pela qualidade
vai por água abaixo. Uma reposição "meia-boca" seria contraditória", completou o estudante.
No HU (Hospital Universitário)
da USP o atendimento não foi afetado. No entanto, as clínicas veterinária e odontológica só atendem casos de emergência.
Ontem a Escola Politécnica e a
escola de agricultura de Piracicaba aderiram à greve. A paralisação chega, respectivamente, a
70% e 30% nas duas unidades, segundo o sindicato e a reitoria.
Reunião
Em reunião com técnicos das
reitorias, ontem, o Fórum das
Seis, que reúne os sindicatos de
professores e funcionários das
universidades, propôs a redução
do reajuste de 25% para 20% e
mais 12% parcelados até abril do
próximo ano.
Os reitores mantiveram os 7%
sobre o salário de abril e os 3,75%
para janeiro de 2001.
A reunião técnica marcada para
a manhã só aconteceu no final da
tarde, porque não houve acordo
no número de participantes. As
reitorias queriam seis representantes. O fórum exigia o quórum
habitual de dois por sindicato.
Depois de horas, conseguiu.
Multa
O STU (Sindicato dos Trabalhadores da Unicamp) pode ser multado em R$ 1.000 por dia se continuar atrasando a entrada de pacientes e funcionários no HC
(Hospital de Clínicas).
A multa preventiva foi autorizada por uma liminar da 4ª Vara da
Fazenda Pública, a pedido da reitoria da Unicamp.
O STU anunciou que vai recorrer da sentença.
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