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Promotora decide não denunciar João Salles
DA SUCURSAL DO RIO
A promotora Maria Ignez Carvalho Pimentel, da 17ª Promotoria de Investigação Penal, concluiu ontem as investigações que
apuram a ligação entre o cineasta
João Moreira Salles e o traficante
Márcio Amaro de Oliveira, o Marcinho VP. Ela decidiu não denunciar o cineasta.
A promotora concluiu que ficou
"comprovada, em tese, a prática
do crime de favorecimento pessoal". Mas, como se trata de um
crime menor, cuja pena máxima é
de um ano, ela enviou a apuração
ao 1º Juizado Especial Criminal do
Tribunal de Justiça, para que o caso seja analisado.
Caberá à promotoria do Juizado
decidir se pede ou não a condenação de Salles à Justiça.
No último dia 3, a DRE (Delegacia de Repressão a Entorpecentes)
entregou ao Ministério Público
Estadual o resultado de sua investigação, pedindo o indiciamento
do cineasta, sob a acusação de favorecimento pessoal.
Segundo o delegado titular da
DRE, Luiz Torres, Salles é acusado de "fornecer recursos materiais que permitam ao traficante
livrar-se da polícia e da Justiça".
O cineasta admitiu ter pago
uma bolsa de R$ 1.200, durante
quatro meses, ao traficante, para
que Marcinho escrevesse sua biografia e deixasse o crime. Marcinho VP confirmou o recebimento
do dinheiro em depoimentos.
Luiz Torres tentou primeiramente, quando o cineasta admitiu
o pagamento da bolsa, indiciá-lo
sob a acusação de associação ao
tráfico. "Não consegui reunir indícios suficientes", reconheceu
mais tarde. A pena para esse crime pode chegar a dez anos.
João Salles e Marcinho VP se conheceram durante as filmagens
do documentário "Notícias de
uma guerra particular", sobre a
vida no morro Dona Marta, em
Botafogo (zona sul do Rio).
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