São Paulo, quarta-feira, 24 de maio de 2000


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COLISÃO
Vítimas trabalhavam como bóias-frias; 21 ficaram feridos
Acidente em estrada mata 14 pessoas na Bahia

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Quatorze pessoas morreram e outras 21 ficaram feridas ontem em um acidente envolvendo um ônibus, um caminhão e uma carreta no km 630 da BR-116, em Irajuba (BA).
Às 5h30, o caminhão colidiu de frente com a carreta F-4000 que ia em sentido contrário (rumando para o norte do Estado), transportando 33 bóias-frias na carroceria.
A carreta capotou, arremessando os passageiros na pista. Nesse instante, um ônibus que seguia atrás da F-4000 atropelou e esmagou os bóias-frias no fundo da carreta.
Dez pessoas morreram na hora e outras 25 foram levadas ao Hospital Geral de Jaguaquara e ao Hospital Prado Valadares, em Jequié, duas cidades vizinhas a Irajuba (295 km de Salvador). Quatro morreram a caminho das unidades de atendimento.
De acordo com informações da Polícia Rodoviária Federal (PRF), o acidente aconteceu quando o condutor do caminhão, Nílton Campos da Silva, tentou ultrapassar um ônibus não identificado em local proibido.
O trecho possui três faixas e é saída de uma curva. Na tentativa de ultrapassagem, o caminhão teria se desgovernado, invadindo as duas faixas de sentido contrário, em que trafegavam a carreta e, logo atrás, o ônibus.
A PRF estima que o caminhão desenvolvia uma velocidade de 100 km/h na tentativa de ultrapassagem.
O limite de velocidade permitido no local é 80km/h. O ônibus que estava sendo ultrapassado conseguiu se livrar da colisão e seguiu viagem. Campos da Silva saiu ileso do acidente.
Os mortos eram todos bóias-frias que saíam do município de Jaguaquara para trabalhar em plantações de café em Brejões (a 40 km da cidade).
Já os 35 passageiros do ônibus de placas de Santanópolis (BA) nada sofreram. O condutor do veículo está internado, mas não corre perigo de morte.

Pau-de-arara
O transporte de trabalhadores rurais em carrocerias de caminhões sem nenhum tipo de segurança, também conhecido no Nordeste como pau-de-arara, é prática ilegal, mas comum no interior da Bahia em épocas de colheita.
Para esse tipo de transporte, o Código de Trânsito (art. 230) prevê apreensão do veículo e multa de até R$ 191,50, além de sete pontos na carteira do motorista.


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