São Paulo, segunda-feira, 24 de junho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TRANSPORTES

Greve faz rodízio ser suspenso; prefeitura aciona esquema emergencial de 428 veículos para atender passageiros

Ônibus param por tempo indeterminado

DA REPORTAGEM LOCAL

Os cerca de 50 mil motoristas de ônibus e cobradores de São Paulo entram em greve por tempo indeterminado a partir de hoje.
O sindicato confirmou ontem a paralisação, anunciada na semana passada, logo depois de a categoria não ter aceitado o aumento salarial determinado pelo Tribunal Superior do Trabalho, que fixou um reajuste de 6% sobre os rendimentos de maio do ano passado. Os motoristas já tinham conseguido 8% no Tribunal Regional do Trabalho (TRT).
Por causa da greve, o rodízio de veículos será suspenso, o estacionamento em áreas de zona azul estará liberado e a Operação Via Livre, que prioriza o transporte coletivo, será desativada.
Os cerca de 3,6 milhões de passageiros que o sistema de transporte público paulistano atende diariamente terão ainda como opção 428 veículos (vans, ônibus e peruas), cadastrados previamente pela prefeitura para situações de emergência. Eles circularão cobrando R$ 1,40 por passageiro, mesma tarifa dos ônibus.
Os grevistas dizem que vão deixar nas garagens os 10 mil ônibus de São Paulo, apesar da determinação do TRT de que 80% da frota deve rodar nos horários de pico e 50% nos demais horários, sob pena de uma multa de R$ 50 mil.
"Nós cumpriríamos o que o tribunal determina, se tivessem sido cumpridas as decisões referentes ao salário", afirmou ontem Geraldo Diniz, secretário-jurídico do sindicato dos motoristas.
Além do reajuste salarial, eles querem também aumento do vale-refeição, subsídio de R$ 50 do convênio médico e manutenção das cláusulas sociais do dissídio coletivo, como garantia de emprego para aposentados, aceitação de atestados médicos, auxílio funeral e manutenção da jornada de trabalho de sete horas.
Na quarta-feira passada, a categoria já havia parado os ônibus das 3h às 6h, em protesto contra a decisão do TST, o que prejudicou 500 mil usuários, segundo a SPTrans, responsável pelo transporte coletivo na capital paulista.
A Secretaria Municipal dos Transportes informou que, apesar de estar acompanhando o processo, não vai interferir nas negociações entre os motoristas e o Transurb (sindicato das empresas de ônibus) e que vai esperar a decisão da Justiça do Trabalho. A Folha não conseguiu entrar em contato ontem com o Transurb.
Enquanto durar a greve dos motoristas de ônibus, os trens da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) terão um esquema especial de circulação.
A companhia estenderá o horário de pico de todas as suas seis linhas, diminuindo o intervalo entre os trens. A operação emergencial não terá hora para parar: tudo dependerá do fluxo de passageiros. Os trens da CPTM circulam das 4h à meia-noite.


Texto Anterior: Livros Jurídicos - Walter Ceneviva
Próximo Texto: Educação: Projeto vai combater violência entre jovens
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.