São Paulo, quinta-feira, 24 de junho de 2010

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Alagoas admite que nunca pediu verbas para prevenir enchentes

LUIZA BANDEIRA
ESTELITA HASS CARAZZAI
DE SÃO PAULO

O secretário da Infraestrutura de Alagoas, Marco Fireman, admitiu ontem que a gestão Teotonio Vilela Filho (PSDB) nunca pediu verba federal para prevenção de enchentes na região onde, na semana passada, chuvas mataram ao menos 29 pessoas.
O governo também nunca fez obras com recursos próprios, diz o secretário.
O único pedido de verbas feito à Secretaria Nacional de Defesa Civil foi para contenção de encostas em Maceió, cujos recursos, diz Fireman, nunca chegaram, apesar de o projeto ter sido aprovado.
Para ele, a falta de investimentos na prevenção a enchentes se deve, primeiramente, à característica natural de Alagoas, cujo maior problema é a seca.
O segundo motivo é a crise financeira do Estado -o que, diz, impedia até recentemente o governo de fazer investimentos ou contrair dívidas.
Ele ainda menciona a dificuldade de conseguir verba federal com esse fim -referência ao convênio frustrado para as encostas de Maceió.
Diz, porém, não acreditar que investimentos pudessem evitar ou amenizar o estrago. "Nunca tinha acontecido uma tragédia dessas."
Procurada, a Secretaria Nacional de Defesa Civil não respondeu sobre o caso.

RECIFE
Em Pernambuco, a maior parte dos R$ 515 milhões investidos desde 2007 em prevenção a desastres foi gasta na região metropolitana de Recife, em detrimento do interior do Estado -a área mais atingida pelas chuvas. Desse total, R$ 85 milhões são de recursos estaduais.
Segundo o Estado, os arredores de Recife foram privilegiados por concentrarem 42% da população e terem muitas áreas de risco. "Como os recursos são inferiores às necessidades, temos que eleger prioridades", afirmou, em nota, o secretário de Recursos Hídricos e Energéticos, João Bosco de Almeida.


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