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Alagoas admite que nunca pediu verbas para prevenir enchentes
LUIZA BANDEIRA
ESTELITA HASS CARAZZAI
DE SÃO PAULO
O secretário da Infraestrutura de Alagoas, Marco Fireman, admitiu ontem que a
gestão Teotonio Vilela Filho
(PSDB) nunca pediu verba federal para prevenção de enchentes na região onde, na
semana passada, chuvas mataram ao menos 29 pessoas.
O governo também nunca
fez obras com recursos próprios, diz o secretário.
O único pedido de verbas
feito à Secretaria Nacional de
Defesa Civil foi para contenção de encostas em Maceió,
cujos recursos, diz Fireman,
nunca chegaram, apesar de o
projeto ter sido aprovado.
Para ele, a falta de investimentos na prevenção a enchentes se deve, primeiramente, à característica natural de Alagoas, cujo maior
problema é a seca.
O segundo motivo é a crise
financeira do Estado -o que,
diz, impedia até recentemente o governo de fazer investimentos ou contrair dívidas.
Ele ainda menciona a dificuldade de conseguir verba
federal com esse fim -referência ao convênio frustrado
para as encostas de Maceió.
Diz, porém, não acreditar
que investimentos pudessem
evitar ou amenizar o estrago.
"Nunca tinha acontecido
uma tragédia dessas."
Procurada, a Secretaria
Nacional de Defesa Civil não
respondeu sobre o caso.
RECIFE
Em Pernambuco, a maior
parte dos R$ 515 milhões investidos desde 2007 em prevenção a desastres foi gasta
na região metropolitana de
Recife, em detrimento do interior do Estado -a área mais
atingida pelas chuvas. Desse
total, R$ 85 milhões são de
recursos estaduais.
Segundo o Estado, os arredores de Recife foram privilegiados por concentrarem
42% da população e terem
muitas áreas de risco. "Como
os recursos são inferiores às
necessidades, temos que eleger prioridades", afirmou,
em nota, o secretário de Recursos Hídricos e Energéticos, João Bosco de Almeida.
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