MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

As drogas foram a causa de quase a metade das prisões e autuações registradas no Rio neste ano. Segundo um levantamento da Secretaria de Segurança Pública e da Polícia Civil, 16.638 pessoas foram presas ou detidas no Estado nos meses de janeiro a agosto, das quais 8.117, ou 48,78%, por porte ou tráfico de entorpecentes.
O levantamento mostra que foram presos ou detidos 3.727 supostos traficantes, mas apenas 15 eram chefes ou líderes de facções criminosas. O baixo índice de prisões de criminosos importantes na hierarquia do tráfico foi criticado no relatório "Ação Estratégica Contra o Crime Organizado", que visa dar diretrizes à política de segurança implementada pelo secretário Anthony Garotinho.
Segundo o documento, a polícia "enxuga gelo" no combate ao narcotráfico porque se acostumou a vê-lo como algo localizado e a voltar sua atenção para as favelas, deixando de fora da repressão os grupos situados em outros níveis, com conexões nacionais e internacionais. É a primeira vez que a polícia do Rio faz levantamento específico de prisões por tráfico ou porte de drogas.
Segundo o levantamento, o mês de agosto foi o que registrou o maior número de prisões por tráfico (534), 41,6% superior ao de janeiro, quando 377 pessoas foram presas. Neste ano, a polícia efetuou 7.664 apreensões de drogas em todo o Estado.
Para o delegado Sérgio Caldas, da Assessoria de Planejamento da Polícia Civil, o alto número de prisões pode ter relação com o aumento do contingente de pessoas trabalhando para o tráfico.


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