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São Paulo, sexta-feira, 24 de outubro de 2003

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INVESTIGAÇÃO

Defesa reclama não ter acesso a documentos

Para advogados, informações de CPI são precipitadas e levianas

DA REPORTAGEM LOCAL

Para advogados de policiais civis investigados pela CPI da Pirataria, as informações sobre a incompatibilidade entre os rendimentos dos agentes e a movimentação bancária são "precipitadas" e "levianas". Eles também reclamam não ter acesso aos documentos da CPI.
"Não posso falar sobre o que eu não tenho acesso. Pedimos as cópias dos depoimentos e dos documentos à CPI, mas isso foi negado", afirmou o advogado Gerson Amauri Bassoli, que defende o policial José Norberto dos Santos.
Para o advogado Leandro Paulino Mússio, que representa o agente Jean Wagner Cabral, existe uma precipitação da CPI. "Afirmar, de primeira mão, que o valor na conta bancária acima dos rendimentos é fruto de ato ilícito é, no mínimo, precipitação e leviandade", afirmou Mússio. Ele não quis comentar os dados por não ter acesso aos números.
O advogado do delegado Nicola Romanini, Francisco Lobo da Costa Ruiz, disse que os valores acima dos rendimentos podem ser justificados por bens de família. "A CPI é um palanque eleitoral", afirmou.
O delegado Aldo Galiano Júnior, titular da Seccional Leste, disse que as informações repassadas à CPI da Pirataria são "inverídicas" e "distorcidas". Segundo ele, a empresa de sua mulher, que é advogada, faturou nos últimos anos cerca de R$ 2 milhões e suas contas bancárias são conjuntas.
Segundo informações prestadas pela Receita Federal à CPI, os rendimentos do casal chegaram, no ano passado, a R$ 512.341,26, mas a movimentação bancária somou R$ 1.233.045,41.
"Mostrei hoje [ontem] todos os documentos sobre isso ao delegado-geral [Marco Antonio Desgualdo]. Tudo foi declarado no Imposto de Renda e estou tranquilo", afirmou Galiano Júnior.
O advogado do delegado Nelson de Camargo Rosa não foi localizado ontem.


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