BETINA BERNARDES
da Sucursal de Brasília

A média salarial anual dos professores em início de carreira do sistema público de ensino do Brasil (US$ 4.402) está bem abaixo das registradas nos 29 países da OCDE (US$ 18.486) e mesmo em países latino-americanos.
Na Argentina, o professor que está começando a carreira recebe em média US$ 6.165 por ano, um pouco mais do que o professor brasileiro após 15 anos de magistério (US$ 6.133). No topo da carreira, o professor brasileiro ganha em média US$ 7.854 por ano, bem abaixo dos US$ 9.646 recebidos pelos colegas argentinos nesse mesmo ponto da carreira.
Brasil e Argentina, no entanto, não chegam a pagar aos docentes no topo da carreira nem um terço do que pagam os países da OCDE (US$ 31.186, em média).
Os dados dos salários se referem ao ano de 96. "Os salários dos professores brasileiros são, sem dúvida, baixos. Mas, como são de dois anos atrás, os dados da OCDE não levam em consideração a melhoria salarial provocada pelo Fundef (o fundão)", afirmou Maria Helena Guimarães, presidente do Inep.
"Isso mostra como foi acertada a política do Fundef , que vinculou os salários do magistério a 60% do gasto obrigatório com o ensino fundamental", disse Maria Helena.
Pelo Fundef (Fundo de Valorização do Magistério), Estados e municípios são obrigados a destinar ao 1º grau 15% de tudo o que arrecadam. Desse valor, 60% devem ser aplicados no salário dos professores. O fundo entrou em vigor nacionalmente este ano.
Segundo a presidente do Inep, pesquisa ainda não concluída de avaliação do impacto do Fundef no ensino fundamental mostra que em vários municípios houve aumento de até 300% no salário dos professores.
O ministro Paulo Renato Souza reitera as palavras da presidente do Inep. "Estamos concluindo levantamento que vai mostrar o valor atualizado dos salários destinados aos professores que com certeza é maior do que o apontado no levantamento por causa do Fundef", diz.



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