São Paulo, terça, 24 de novembro de 1998

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País tem menos alunos por docente

da Sucursal de Brasília

O Brasil tem uma das menores médias de aluno por professor no ensino superior entre os 43 países pesquisados pela OCDE. São 11,8 alunos para cada docente nas universidades públicas e privadas -média inferior à dos países da OCDE, que é de 16,7.
Só México e Hungria têm menos alunos por professor no ensino superior do que o Brasil, com médias de 9,4 e 9,9, respectivamente.
Se forem analisadas apenas as universidades públicas, o número de alunos por professor no país cai ainda mais: são 9,4 para cada docente. Na avaliação do governo, o problema é haver poucos alunos, não excesso de professores.
Sobram vagas nas universidades públicas brasileiras porque a maioria dos cursos é oferecida durante o dia, impedindo a entrada dos que trabalham. Outros entram, mas desistem ao longo do ano. As notas de corte muito elevadas nos vestibulares também fazem com que vagas fiquem ociosas. "Precisamos melhorar o desempenho da universidade pública brasileira, diminuindo essa evasão de 40% e colocando em prática novas modalidades de curso superior, como os cursos sequenciais", disse Maria Helena Guimarães, presidente do Inep.
Os cursos sequenciais duram no máximo dois anos e dão um diploma de nível superior ao aluno. Nos países da OCDE, os cursos sequenciais respondem por 30% da oferta de ensino superior.
Enquanto as salas de aula das universidades brasileiras estão semivazias, a realidade nas escolas públicas de ensino médio e fundamental é bastante diferente.
No ensino médio, o Brasil é o campeão de salas superlotadas. Há 35,8 alunos para cada professor, maior média entre todos os 43 países pesquisados. Em segundo lugar aparecem as Filipinas, com uma média de 34,4.
No ensino fundamental, o Brasil aparece em quarto lugar entre os países com classes mais lotadas. Cada professor fica responsável por 29,7 alunos. O país perde apenas para o Chile (31,3), para as Filipinas (36,4) e para a Índia (52,4).
A média de alunos por professor no ensino fundamental nos países da OCDE é de 18,3.
A pesquisa da OCDE também mediu a escolaridade nos países pesquisados. Em 96, 92,5% da população brasileira entre 5 e 14 anos estava matriculada na escola.
Entre os países do Mercosul, o Brasil ganha do Paraguai (83,3%), mas perde dos argentinos (99,4%) e dos uruguaios (96,9%).
Segundo Maria Helena, o Brasil foi prejudicado na comparação porque a escolaridade obrigatória nos dois países só começa aos 7 anos, e no resto do Mercosul, aos 5. O Brasil aparece empatado com a Argentina na porcentagem da população entre 25 e 64 anos com nível superior (9%). (DF)



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