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FOVEST 99
Primeira prova do vestibular da Fuvest tem abstenção de 3,09%; além de conteúdo, exame exigiu raciocínio
Alunos reclamam, professores elogiam
da Reportagem Local
A primeira prova da primeira fase da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) foi realizada no domingo por 134.036 candidatos. O índice de abstenção foi de
3,09% (4.275 ausentes, do total de
138.311 inscritos), 10% superior ao
do ano passado.
O exame foi apresentado em cinco versões (confira gabarito ao lado), identificadas por letra, e trouxe 80 testes (26 de português, 14 de
inglês, 20 de química e 20 de física).
Veja nesta e nas duas próximas páginas a resolução da versão V.
As provas de física e química foram as mais difíceis, segundo os
entrevistados pela Folha. "Havia
muita fórmula de física, não consegui decorar todas. E na hora acabei
confundindo as fórmulas. As questões com gráficos também complicaram a vida, porque você tem de
saber interpretá-los para responder", criticou Felipe Ferreira, 17,
candidato de direito.
"Mesmo quem conhecesse a fórmula, mas não soubesse empregá-la corretamente, não resolveria as
questões. Foi uma prova trabalhosa", reclama Ricardo Macedo Augusto, que tenta ciências da computação. "Chutei quase todas em
física. Todas na letra C, de certo",
brinca Rodrigo de Carvalho Franco, que disputa vaga em turismo.
Inteligente como sempre
Todo ano os alunos reclamam,
diz o coordenador de física do Objetivo, Eduardo Figueiredo, porque a prova da Fuvest, como nos
anos anteriores, é conceitual, é inteligente, aborda assuntos tradicionais com formulações inéditas.
É dificílima para os candidatos
de humanas e tem nível bom (em
qualidade e dificuldade) para os
candidatos de biológicas e exatas.
"O exame de física exige conceito,
não fórmula; além de conhecer a
teoria, o aluno deve ter um raciocínio lógico-dedutivo desenvolvido
e criatividade para encontrar a solução", avalia Figueiredo.
Quanto ao exame de química, o
coordenador da disciplina do Objetivo, Antonio Mário Salles, considerou-o muito bem elaborado.
Seguiu o grau de dificuldade e a
forma dos últimos anos: 25% de
química orgânica, e os demais 75%
divididos entre físico-química e
química inorgânica.
Além do conhecimento de química, o aluno teve de interpretar
longos enunciados, gráficos e tabelas e raciocinar, diz Salles.
Inglês e português
"A prova de inglês é maravilhosa,
a melhor feita do Brasil!", elogiou o
coordenador da disciplina do Objetivo, Arnon Hollaender. O exametrouxe apenas duas questões de
gramática aplicada. As demais foram de interpretação de textos
deste ano, de reportagens de revistas como "New Scientist" e "The
Economist". Não foi difícil, disse o
professor, mas "exigiu que o aluno
tivesse hábito de leitura de revistas
estrangeiras".
Em português, as questões de
gramática privilegiaram o raciocínio crítico. "A prova não cobrou
conhecimento de nomenclaturas,
o que evita que o aluno apele para a
memorização", avaliou o coordenador de português do Objetivo,
José Francisco Lé.
Sobre as questões de literatura,
"cumpriram o objetivo de selecionar os melhores candidatos", disse
o professor do Objetivo Fernando
Teixeira. Mas ele fez uma ressalva:
"A questão de número 11, versão
V, teve um problema de redação
na alternativa correta. A alternativa está mal redigida, acabou relacionando incorretamente Eça de
Queirós ao impressionismo. O
examinador deveria ter sido mais
rigoroso", afirma Teixeira.
A segunda e última prova da primeira fase acontece no dia 6/12.
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