São Paulo, terça, 24 de novembro de 1998

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FOVEST 99
Primeira prova do vestibular da Fuvest tem abstenção de 3,09%; além de conteúdo, exame exigiu raciocínio
Alunos reclamam, professores elogiam

da Reportagem Local

A primeira prova da primeira fase da Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) foi realizada no domingo por 134.036 candidatos. O índice de abstenção foi de 3,09% (4.275 ausentes, do total de 138.311 inscritos), 10% superior ao do ano passado.
O exame foi apresentado em cinco versões (confira gabarito ao lado), identificadas por letra, e trouxe 80 testes (26 de português, 14 de inglês, 20 de química e 20 de física). Veja nesta e nas duas próximas páginas a resolução da versão V.
As provas de física e química foram as mais difíceis, segundo os entrevistados pela Folha. "Havia muita fórmula de física, não consegui decorar todas. E na hora acabei confundindo as fórmulas. As questões com gráficos também complicaram a vida, porque você tem de saber interpretá-los para responder", criticou Felipe Ferreira, 17, candidato de direito.
"Mesmo quem conhecesse a fórmula, mas não soubesse empregá-la corretamente, não resolveria as questões. Foi uma prova trabalhosa", reclama Ricardo Macedo Augusto, que tenta ciências da computação. "Chutei quase todas em física. Todas na letra C, de certo", brinca Rodrigo de Carvalho Franco, que disputa vaga em turismo.

Inteligente como sempre
Todo ano os alunos reclamam, diz o coordenador de física do Objetivo, Eduardo Figueiredo, porque a prova da Fuvest, como nos anos anteriores, é conceitual, é inteligente, aborda assuntos tradicionais com formulações inéditas.
É dificílima para os candidatos de humanas e tem nível bom (em qualidade e dificuldade) para os candidatos de biológicas e exatas. "O exame de física exige conceito, não fórmula; além de conhecer a teoria, o aluno deve ter um raciocínio lógico-dedutivo desenvolvido e criatividade para encontrar a solução", avalia Figueiredo.
Quanto ao exame de química, o coordenador da disciplina do Objetivo, Antonio Mário Salles, considerou-o muito bem elaborado. Seguiu o grau de dificuldade e a forma dos últimos anos: 25% de química orgânica, e os demais 75% divididos entre físico-química e química inorgânica.
Além do conhecimento de química, o aluno teve de interpretar longos enunciados, gráficos e tabelas e raciocinar, diz Salles.

Inglês e português
"A prova de inglês é maravilhosa, a melhor feita do Brasil!", elogiou o coordenador da disciplina do Objetivo, Arnon Hollaender. O exametrouxe apenas duas questões de gramática aplicada. As demais foram de interpretação de textos deste ano, de reportagens de revistas como "New Scientist" e "The Economist". Não foi difícil, disse o professor, mas "exigiu que o aluno tivesse hábito de leitura de revistas estrangeiras".
Em português, as questões de gramática privilegiaram o raciocínio crítico. "A prova não cobrou conhecimento de nomenclaturas, o que evita que o aluno apele para a memorização", avaliou o coordenador de português do Objetivo, José Francisco Lé.
Sobre as questões de literatura, "cumpriram o objetivo de selecionar os melhores candidatos", disse o professor do Objetivo Fernando Teixeira. Mas ele fez uma ressalva: "A questão de número 11, versão V, teve um problema de redação na alternativa correta. A alternativa está mal redigida, acabou relacionando incorretamente Eça de Queirós ao impressionismo. O examinador deveria ter sido mais rigoroso", afirma Teixeira.
A segunda e última prova da primeira fase acontece no dia 6/12.



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