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EDUCAÇÃO
Fundeb financiará área com recursos da União, de Estados e de municípios; proposta precisa ser votada mais três vezes
Câmara aprova fundo para ensino básico
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Câmara dos Deputados aprovou ontem em primeiro turno,
por 457 votos a 5, a proposta de
emenda constitucional que cria o
Fundeb (Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação
Básica). Todos os partidos orientaram voto favorável à matéria.
O fundo irá financiar o ensino
básico por meio de uma cesta
compartilhada com recursos da
União, dos Estados e dos municípios. A proposta inicial é de 1997,
mas ganhou novo impulso a partir da apresentação da emenda
constitucional número 415 pelo
Executivo. Ainda é necessária
uma segunda votação na Câmara
e mais duas no Senado.
"Essa proposta foi discutida por
quase dois anos pelo ministério
antes de ser apresentada", disse a
relatora Iara Bernardi (PT-SP).
O Fundeb, também uma promessa de Lula na campanha de
2002, rendeu muita polêmica com
a área econômica. O Ministério da
Fazenda colocou empecilhos para
a aprovação da matéria. Na proposta inicial, não estavam incluídas as crianças de zero a três anos
matriculadas em creches.
Outro ponto de discordância foi
a criação de um piso salarial nacional para os professores, que
acabou sendo aprovado na comissão especial. Porém, o valor
será definido por uma lei regulamentar a ser apresentada.
A maior polêmica foi sobre a
contribuição da União com o fundo. Pela proposta inicial do governo, a União teria de complementar os recursos do Fundeb de forma gradual nos quatro primeiros
anos até atingir R$ 4,5 bilhões no
quarto ano de vigência, com correção pela inflação.
Contudo, na comissão especial,
os deputados conseguiram fazer
com que a União seja obrigada a
entrar, a partir do quinto ano de
vigência, com um aporte de, no
mínimo, 10% do valor total do
fundo, previsto em R$ 50,6 bilhões ao ano após o período.
A aprovação do Fundeb foi estabelecida como prioridade na convocação extraordinária depois de
discussões entre os líderes partidários e o presidente da Câmara,
Aldo Rebelo (PC do B-SP). Lula se
reuniu com Aldo para pedir empenho para a aprovação, que os
governistas esperam utilizar como bandeira para a reeleição.
O Fundeb foi criado para substituir o Fundef, criado no governo
Fernando Henrique Cardoso
(1995-2002). O novo fundo está
previsto para durar 14 anos. Sua
implantação será gradual nos primeiros quatros anos.
A principal diferença entre o
atual Fundef e o novo fundo é que
este último incluirá, além dos alunos da educação fundamental (de
primeira a oitava séries), o ensino
infantil e médio.
(ADRIANO CEOLIN, FÁBIO ZANINI E LUCIANA CONSTANTINO)
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