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MÁFIA DA PROPINA
Maria Helena, seu filho e um delegado são acusados de coagir testemunha que deve depor amanhã
Promotor pede nova prisão de vereadora
SORAYA AGÉGE
da Reportagem Local
O Ministério Público Estadual
pediu ontem a prisão temporária
da vereadora Maria Helena Fontes (suspensa do PL), de seu filho e
investigador de polícia Paulo Rogério Neme, e do delegado Airton
Bicudo. Eles são acusados de coagir uma testemunha, que deve depor contra a vereadora amanhã, e
de formação de quadrilha.
O pedido de prisão foi apresentado ontem à tarde pelo promotor
do SAE (Serviços Auxiliares de
Informação) Gabriel César de
Inellas. A decisão da Justiça pode
ser anunciada hoje.
A testemunha, Anísio Carlos
dos Santos, que foi assessor da vereadora durante cerca de 20 anos,
disse ontem ao promotor que foi
sequestrado, ameaçado de morte
e teve sua casa arrombada por
duas vezes.
Neme, Bicudo e outras pessoas
não identificadas queriam que ele
gravasse um depoimento negando as acusações que fez contra
Maria Helena, de acordo com o
promotor.
"Eles ofereceram R$ 50 mil e documentos falsos para que ele desaparecesse depois de gravar um
depoimento se retratando das
acusações que fez", disse Inellas.
A namorada de Neme, identificada apenas como Marcela, e um
homem conhecido por Bengala,
além de outras pessoas, também
podem ter seus pedidos de prisão
temporária encaminhados pelo
SAE.
Santos declarou ao promotor
que alguns homens o sequestraram e tentaram obrigá-lo a falar
para Marcela, por meio de um celular, que mentiu em seu depoimento. Ele suspeita que a ligação
foi gravada.
Depois disso, ele recebeu dois
telefonemas o ameaçando de
morte. Um homem pedia que ele
olhasse pela janela de sua casa.
Quatro homens o observavam de
dentro de um carro.
De acordo com o Inellas, as propostas, feitas em nome da vereadora, teriam partido do filho, do
delegado e de Bengala.
"Ele vai depor na Câmara Municipal no próximo sábado (amanhã) e precisa ficar protegido."
Santos está sendo mantido em
uma unidade policial da cidade. A
família, entretanto, não teria obtido proteção especial até o início
da noite de ontem.
O ex-assessor de Maria Helena
denunciou as supostas ameaças
anteontem ao DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção
à Pessoa), que abriu inquérito.
Um dos advogados de Maria
Helena, Paulo Amador Cunha
Bueno, considerou ontem a medida do promotor como um revanchismo. Segundo Bueno, a
testemunha não é idônea (leia
textos nesta página).
A Folha não conseguiu contatar
o delegado e não localizou o filho
da vereadora em sua casa.
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