|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Segurança não foi suficiente no caso italiano
DA REPORTAGEM LOCAL
O reforço da segurança, com
policiais especializados, carros
blindados e até escritórios com
paredes reforçadas, não foi suficiente para evitar que juízes italianos fossem assassinados. A onda
de atentados só diminuiu com a
adoção de uma nova legislação
antimáfia e o endurecimento do
combate às organizações.
O juiz responsável pela investigação da máfia nos anos 80, Giovanne Falcone, que chegou a condenar mais de 300 mafiosos, foi
morto em 1992 com a explosão de
uma tonelada de dinamite colocada sob uma ponte. Pouco mais de
um mês depois, outro juiz, Paolo
Borsellino, também foi morto
com a utilização de uma bomba.
Como forma de diminuir o poder da máfia, a Itália modificou
sua legislação ainda no início dos
anos 80, por exemplo, submetendo as investigações policiais ao
Ministério Público. Com a morte
de Falcone, foi criada uma Procuradoria Nacional Antimáfia e
uma polícia especializada.
"A Itália fez uma emergência. O
que o Brasil precisa ter é uma
emergência constitucional para
poder fazer ler ordinárias que não
sejam inconstitucionais", disse
Walter Fanganiello Maierovitch,
juiz aposentado e presidente do
Instituto Brasileiro de Ciências
Criminais Giovanne Falcone.
Para ele, o modelo adotado pela
Colômbia não seria o ideal para o
Brasil. As medidas tomadas no
país, como a do "juiz sem rosto",
em que não é divulgado o nome
dos responsáveis pelas decisões
judiciais, foram tópicas. "O Estado colombiano vai pelo arremedo, que não serve de modelo."
Segundo Maierovitch, os grandes cartéis colombianos de tráfico
de drogas, que chegaram a matar
mais de uma centena de juízes nos
anos 80, só foram desmantelados
com a ajuda americana.
Em 1989, após o assassinato de
um magistrado, os juízes do país
entraram em greve por 72 horas.
No começo dos anos 90, todos os
12 ministros do Supremo Tribunal colombiano foram mortos.
Texto Anterior: Polícia Federal deverá cortar despesas Próximo Texto: Presidente do STF critica os Estados por insegurança Índice
|