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TORTURA
Menina diz que era obrigada a limpar sacada com a língua
DA AGÊNCIA FOLHA
Em depoimento à Justiça, a
menina de 12 anos que sofria
torturas em Goiânia confirmou
as agressões praticadas no
apartamento da família Calabresi Lima, com quem viveu
por dois anos.
A jovem disse anteontem, na
7ª Vara Criminal da capital
goiana, que Sílvia Calabresi Lima, responsável por ela, fez
com que comesse fezes e urina
de cachorro por várias vezes.
Afirmou ainda que era obrigada
a limpar com a língua a sacada
do apartamento em que vivia,
em região nobre de Goiânia.
A adolescente também relatou ter ficado quatro dias sem
comer, e que teve de ingerir ração de cachorro para se alimentar.
"Ela fazia essas coisas várias
vezes. Quando fazia, era tudo
de uma vez: uma "alicatada" na
língua, vassourada na cabeça,
comer fezes, ficar sem comida e
depois ser acorrentada por horas", disse a jovem ao juiz José
Carlos Duarte.
Sílvia Calabresi Lima é acusada de ter cometido os atos de
tortura e está presa desde março, quando a jovem foi achada
acorrentada e amordaçada em
seu apartamento. A menina estava de pé, com as duas mãos
presas a uma grade e tinha cicatrizes e marcas de agressão.
A adolescente descreveu as
sessões de tortura. "Uma vez,
ela [Sílvia] me deu uma surra
com cinto de fivela até o cinto
se destruir." A menina disse ter
sido levada a um hospital após a
surra com a orientação de dizer
que havia caído da escada.
Com autorização do juiz, Sílvia não compareceu à sessão de
anteontem.
A reportagem deixou recados
ontem no celular do advogado
da família Calabresi Lima, João
Carvalho, mas não teve resposta até a conclusão desta edição.
Sílvia foi ouvida pela Justiça
de Goiás no último dia 10. Confirmou ter praticado algumas
das ações relatadas no processo. Na ocasião, disse que estava
educando a menina e negou tê-la acorrentado, mantido-a sem
alimentação ou lhe oferecido
excrementos de animais.
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