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30 cursos de medicina mal avaliados em prova do Enade podem perder vagas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Cerca de 30 cursos de medicina irão passar pelo mesmo
processo de supervisão que
atinge as áreas de direito e pedagogia. Eles obtiveram notas
baixas no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), aplicado aos estudantes no ano passado: pontuação 1 e 2, em uma escala de 1 a 5.
Os cursos, cujos nomes não
foram divulgados, serão avaliados por uma comissão de especialistas coordenada pelo ex-ministro da Saúde Adib Jatene.
As notas baixas foram registradas na prova e no conceito IDD
(Indicador de Diferença de Desempenho), que mede o quanto
a instituição ajudou o aluno.
Após a supervisão, a previsão
é que as instituições assinem
acordos com o MEC nos mesmos moldes do que ocorreu
com os cursos de direito. Entre
as propostas, podem constar a
contratação de professores,
melhorias de infra-estrutura e
mudanças na relação entre cursos, hospitais de ensino e SUS
(Sistema Único de Saúde).
A proposta de maior visibilidade, porém, é a redução de vagas, já aplicada em 51 cursos de
direito. Na semana passada, o
ministério anunciou o corte de
14.372 vagas em 22 deles. No
entanto, a maior parte (85%)
não havia sido preenchida no
último processo seletivo.
Seja no caso de medicina ou
de direito, o corte não afetará
os alunos matriculados, porque
a medida só vale para os vestibulares posteriores à assinatura dos termos de compromisso.
A supervisão dos cursos
atende a uma reivindicação do
CFM (Conselho Federal de
Medicina). Exame da regional
de São Paulo do órgão, aplicado
no ano passado, reprovou 56%
dos alunos avaliados. O resultado representou uma piora em
relação a 2005, quando a taxa
de insucesso foi de 31%. A avaliação teve caráter facultativo.
Outra reivindicação do Conselho Federal de Medicina era
o endurecimento das regras para a autorização de novos cursos. Segundo o CFM, o Brasil
tem hoje 172 cursos da área.
A Folha procurou ontem a
Anup (Associação Nacional das
Universidades Particulares)
para ouvi-la sobre a portaria,
mas a entidade afirmou que
seu presidente estava em viagem e incomunicável.
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