São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 2008

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30 cursos de medicina mal avaliados em prova do Enade podem perder vagas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Cerca de 30 cursos de medicina irão passar pelo mesmo processo de supervisão que atinge as áreas de direito e pedagogia. Eles obtiveram notas baixas no Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes), aplicado aos estudantes no ano passado: pontuação 1 e 2, em uma escala de 1 a 5.
Os cursos, cujos nomes não foram divulgados, serão avaliados por uma comissão de especialistas coordenada pelo ex-ministro da Saúde Adib Jatene. As notas baixas foram registradas na prova e no conceito IDD (Indicador de Diferença de Desempenho), que mede o quanto a instituição ajudou o aluno.
Após a supervisão, a previsão é que as instituições assinem acordos com o MEC nos mesmos moldes do que ocorreu com os cursos de direito. Entre as propostas, podem constar a contratação de professores, melhorias de infra-estrutura e mudanças na relação entre cursos, hospitais de ensino e SUS (Sistema Único de Saúde).
A proposta de maior visibilidade, porém, é a redução de vagas, já aplicada em 51 cursos de direito. Na semana passada, o ministério anunciou o corte de 14.372 vagas em 22 deles. No entanto, a maior parte (85%) não havia sido preenchida no último processo seletivo.
Seja no caso de medicina ou de direito, o corte não afetará os alunos matriculados, porque a medida só vale para os vestibulares posteriores à assinatura dos termos de compromisso.
A supervisão dos cursos atende a uma reivindicação do CFM (Conselho Federal de Medicina). Exame da regional de São Paulo do órgão, aplicado no ano passado, reprovou 56% dos alunos avaliados. O resultado representou uma piora em relação a 2005, quando a taxa de insucesso foi de 31%. A avaliação teve caráter facultativo.
Outra reivindicação do Conselho Federal de Medicina era o endurecimento das regras para a autorização de novos cursos. Segundo o CFM, o Brasil tem hoje 172 cursos da área.
A Folha procurou ontem a Anup (Associação Nacional das Universidades Particulares) para ouvi-la sobre a portaria, mas a entidade afirmou que seu presidente estava em viagem e incomunicável.


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