São Paulo, sexta-feira, 25 de abril de 2008

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Avenida Paulista ganhará parque com cara de praça

Terreno de 5.400 metros quadrados representa um quinto da área do parque Buenos Aires, um dos menores da cidade

Local, que abrigou a casa de Burle Marx, foi tombada em 1992; governo do Rio questiona na Justiça valor pago pela desapropriação

VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo anunciou ontem a criação de um parque na altura do nº 1.853 da av. Paulista. Hoje um vazio urbano, o terreno de 5.400 m2 vai, na al. Ministro Rocha Azevedo, da al. Santos à Paulista, a uma quadra da área verde do Trianon -que tem 48 mil metros quadrados.
Com cara de praça, o novo parque terá um quinto do tamanho do parque Buenos Aires (25 mil metros quadrados), em Higienópolis, um dos menores da cidade -maior apenas que os parques Lina e Paulo Raia (Jabaquara) e dos Eucaliptos (Campo Limpo), ambos com 15 mil metros quadrados.
O projeto do parque, batizado de Mário Covas, foi encaminhado pela Secretaria das Subprefeituras ao Condephaat (conselho estadual de defesa do patrimônio). A área, que já abrigou a casa onde nasceu o paisagista Burle Marx, havia sido tombada em 1992 pelo Conpresp (conselho municipal de preservação do patrimônio).
Pelo plano, o parque terá bicicletário e pérgola (área com cobertura vazada e ajardinada). Com administração ligada à do Trianon, a previsão de entrega do parque, segundo o secretário das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, é de quatro meses.
A discussão de valores com o governo do Estado do Rio, dono do terreno antes da desapropriação (promovida pela prefeitura por decreto), foi parar na Justiça. A gestão Gilberto Kassab (DEM) depositou R$ 10,9 milhões em juízo, enquanto o governo fluminense chegou a pedir R$ 40 milhões.
O terreno pertencia ao Banerj (antigo Banco do Estado do Rio de Janeiro), que comprou a área em 1976 para construir uma agência, o que não ocorreu. Em 1998, o espaço foi alugado para um estacionamento, fechado em 2005. Só de IPTU, a dívida acumulada até 2007 passava de R$ 5 milhões, segundo a prefeitura, que não tem valores atualizados.
Para Matarazzo, a quantia estipulada pela Secretaria de Negócios Jurídicos do município é "justa". "Não pode construir nada lá, o terreno é tombado." Especialista na região, a corretora de imóveis Valentina Caran confirma que, por conta das árvores, o preço do lote de terra pode cair, mas nem tanto. Ela avalia a área em R$ 32,4 milhões.
Procurada, a Casa Civil do governo do Rio não respondeu.


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