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Avenida Paulista ganhará parque com cara de praça
Terreno de 5.400 metros quadrados representa um quinto da área do parque Buenos Aires, um dos menores da cidade
Local, que abrigou a casa de Burle Marx, foi tombada em 1992; governo do Rio questiona na Justiça valor pago pela desapropriação
VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Prefeitura de São Paulo
anunciou ontem a criação de
um parque na altura do nº 1.853
da av. Paulista. Hoje um vazio
urbano, o terreno de 5.400 m2
vai, na al. Ministro Rocha Azevedo, da al. Santos à Paulista, a
uma quadra da área verde do
Trianon -que tem 48 mil metros quadrados.
Com cara de praça, o novo
parque terá um quinto do tamanho do parque Buenos Aires
(25 mil metros quadrados), em
Higienópolis, um dos menores
da cidade -maior apenas que
os parques Lina e Paulo Raia
(Jabaquara) e dos Eucaliptos
(Campo Limpo), ambos com 15
mil metros quadrados.
O projeto do parque, batizado de Mário Covas, foi encaminhado pela Secretaria das Subprefeituras ao Condephaat
(conselho estadual de defesa
do patrimônio). A área, que já
abrigou a casa onde nasceu o
paisagista Burle Marx, havia sido tombada em 1992 pelo Conpresp (conselho municipal de
preservação do patrimônio).
Pelo plano, o parque terá bicicletário e pérgola (área com
cobertura vazada e ajardinada).
Com administração ligada à do
Trianon, a previsão de entrega
do parque, segundo o secretário das Subprefeituras, Andrea
Matarazzo, é de quatro meses.
A discussão de valores com o
governo do Estado do Rio, dono do terreno antes da desapropriação (promovida pela
prefeitura por decreto), foi parar na Justiça. A gestão Gilberto Kassab (DEM) depositou
R$ 10,9 milhões em juízo, enquanto o governo fluminense
chegou a pedir R$ 40 milhões.
O terreno pertencia ao Banerj (antigo Banco do Estado
do Rio de Janeiro), que comprou a área em 1976 para construir uma agência, o que não
ocorreu. Em 1998, o espaço foi
alugado para um estacionamento, fechado em 2005. Só de
IPTU, a dívida acumulada até
2007 passava de R$ 5 milhões,
segundo a prefeitura, que não
tem valores atualizados.
Para Matarazzo, a quantia
estipulada pela Secretaria de
Negócios Jurídicos do município é "justa". "Não pode construir nada lá, o terreno é tombado." Especialista na região, a
corretora de imóveis Valentina
Caran confirma que, por conta
das árvores, o preço do lote de
terra pode cair, mas nem tanto.
Ela avalia a área em R$ 32,4
milhões.
Procurada, a Casa Civil do
governo do Rio não respondeu.
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