São Paulo, terça-feira, 25 de maio de 2004

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OUTRO LADO

Secretário nega falha de estrutura e critica sindicato

DA REPORTAGEM LOCAL

Para o secretário estadual da Educação, Gabriel Chalita, o fenômeno de fugas em massa na Febem tem três explicações, nenhuma delas relacionada à falta de estrutura interna das unidades. Entre as causas das fugas, segundo ele, está a convivência de alguns funcionários.
O titular da pasta à qual está ligada a Febem diz que o maior número de fugitivos pode ser resultado de um modelo pedagógico mais aberto. "Sempre que você faz um trabalho mais aberto, pedagógico, que deixa o adolescente menos preso, você tem um grande possibilidade de recuperação, mas, por outro lado, existe uma propensão maior à fuga", diz o secretário.
Ele também afirma haver indícios de conivência de funcionários em fugas e rebeliões, levantados pela Corregedoria da Febem em investigação em andamento. "O adolescente só vai fugir se tiver percepção de que está fácil fugir, [se tiver] alguém explicando para ele que o caminho da fuga está liberado."
Sobre esse ponto, Chalita critica o sindicato dos funcionários. "De repente, o sindicato anuncia num dia que haverá greve e começa a fazer piquete na porta das unidades. No dia seguinte, tem fuga em massa. O sindicato acaba agindo de forma não muito responsável."
Além disso, para reduzir rebeliões e fugas, o secretário aposta no isolamento de internos com mais de 18 anos em alas separadas em presídios comuns. Enquanto a proposta enviada ao Congresso espera votação, Chalita defende o aumento na segurança externa.
O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) veta agentes armados dentro das unidades. Segundo o secretário, o governo estuda manter policiais militares na frente de unidades.


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