São Paulo, terça-feira, 25 de maio de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Prédio alugado em 2003 por R$ 15 mil continua vazio

DA REPORTAGEM LOCAL

A Febem descumpriu compromisso anunciado em nota oficial e mantém, desde setembro do ano passado, contrato de aluguel de R$ 15 mil mensais por um imóvel na cidade de São Paulo que permanece vazio.
A fundação afirma que até agora não pagou nenhum dos aluguéis, mas reconhece que tem essa dívida -que já chegaria a R$ 120 mil- e que vai ter de pagar.
O imóvel -de três pavimentos- fica na rua Jacirendi, no Tatuapé (zona leste de SP). Em setembro, a Febem publicou no "Diário Oficial" do Estado contrato de locação do prédio, que estabelecia valor de R$ 180 mil por um ano, renovável por mais outro.
A intenção era usar o imóvel para uma unidade de internação, o que provocou protestos dos moradores. "Descobriu-se que o prédio era irregular. A área construída informada à prefeitura era diferente da área real", diz o funcionário público Luiz Antonio Santana, 49, que participou das mobilizações contra a instalação da unidade no Tatuapé.
No dia 3 de outubro do ano passado, a Febem publicou nota oficial à imprensa na qual afirmava que desistia do prédio por terem sido constatadas irregularidades pela prefeitura. Segundo a nota, a fundação iria usar a "cláusula de distrato", que previa revogação do contrato em caso de não ser possível utilizar o imóvel.
O caso teve repercussão na imprensa e a nota foi considerada uma vitória pelos moradores. Só que o rompimento do contrato não ocorreu.
Segundo Santana, guardas de uma empresa terceirizada paga pela Febem fazem a vigilância do local. Na semana passada, moradores estranharam ao ver técnicos entrarem no prédio. "Acreditamos que o caso estava encerrado. Só que a Febem mentiu para a gente", disse Santana.
A assessoria da fundação não soube dizer por que não divulgou a decisão de manter o contrato de locação do imóvel. Segundo a instituição, o contrato foi mantido por causa do aumento de ingresso de garotas -a intenção é montar uma unidade feminina de internação, com 80 vagas.
A Febem afirma que a situação do prédio foi regularizada na prefeitura em março. Também informou que está em negociação com o proprietário para que o dinheiro dos aluguéis atrasados seja usado em melhorias do prédio.
Hoje, o local está sofrendo adaptações exigidas pelo corpo de bombeiros. Moradores afirmam que vão retomar a campanha contra a unidade. (GP)


Texto Anterior: Para sindicato, há falta de pessoal
Próximo Texto: Distrito Federal: Aluna mata colega a facadas em escola
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.