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Brigadeiro diz que investigará cansaço de piloto e as condições do aeroporto
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Chefe do Cenipa (Centro de
Investigação e Prevenção de
Acidentes Aeronáuticos), o brigadeiro Jorge Kersul Filho
apontou dois fatores que podem ter contribuído para o acidente com o Airbus e, portanto,
não podem ser descartados na
apuração: o descanso insuficiente da tripulação e as condições da pista principal do aeroporto de Congonhas, aberta
após uma reforma.
"Nenhum acidente advém de
um único fator, normalmente
uma seqüência. Então uma tripulação que por acaso não tenha um descanso suficiente ou
a pista que tenha tido alguma
influência, isso tudo são fatores
que podem ter contribuído."
A pista foi entregue pela Infraero sem o chamado "grooving", ou seja, as ranhuras colocadas na pista para facilitar o
escoamento da água -o que,
por exemplo, existe na pista auxiliar. No dia do acidente, as
pistas estavam molhadas por
conta da chuva em São Paulo.
Kersul disse que o Airbus-A320 estava a 175 km/h no momento em que se chocou com o
prédio da TAM, confirmando o
relato de parlamentares nos
EUA, onde está sendo analisada a caixa-preta do avião.
Segundo a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), em ofício enviado à 8ª Vara Federal
Cível de São Paulo, "há evidências" de que problemas mecânicos do Airbus, "falha humana
de operação" ou ambos os fatores provocaram o acidente.
Ontem, na entrevista, o brigadeiro Kersul afirmou que as
investigações do Cenipa sobre
o acidente com o Airbus da
TAM devem ser concluídas
num prazo de dez meses. Segundo ele, a média mundial em
investigações com acidentes
semelhantes é de 18 meses.
O brigadeiro disse ainda que
as investigações do acidente
com o Boeing da Gol, que caiu
em setembro do ano passado
após se chocar no ar com um jato Legacy, deve ser concluída
num prazo máximo de dois meses. O acidente resultou na
morte dos 154 ocupantes do
Boeing da Gol.
Segundo Kersul, a transcrição dos dados da caixa-preta do
Airbus da TAM, em análise na
NTSB (National Transportation Safety Board), em Washington, deve chegar sexta-feira a Brasília.
O chefe do Cenipa sugeriu
que os dados da caixa-preta não
devem ser repassados às CPIs
que investigam o apagão aéreo
no Congresso. "Isso [vazamento à CPI] pode trazer um grande inconveniente para a prevenção de acidentes."
(ES E ID)
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