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Setor privado vai apoiar se lei mudar, diz empresário
Para docente, obras
são escola a céu aberto
DE SÃO PAULO
A iniciativa privada vai se
interessar pela restauração
das obras de arte espalhadas
por São Paulo se houver incentivo fiscal, abertura para
explorar a marca e maior participação do poder público.
"Sem dúvida, o incentivo é
fundamental. Por que não
flexibilizar a antiga Lei Mendonça [lei estadual de incentivo cultural], hoje definhada
no uso pela cidade, para, em
vez de desconto de 70% no
ISS e IPTU, passarmos a
50%?", questiona Sérgio Ajzenberg, sócio-diretor da Divina Comédia, especializada
em marketing cultural.
Com um portfólio que inclui Telefônica, Credicard,
Banco do Brasil e Volkswagen, Ajzenberg diz que a adoção de obras artísticas deveria ter resultados melhores.
"Estamos diante de um
projeto ganha-ganha. Quando este movimento não dá
certo, algo está errado."
Mesma opinião tem Francisco Zorzete, diretor da
Companhia de Restauro, que
adotou o Monumento a Garcia Lorca, na praça das Guianas, e fez as restaurações patrocinadas pela Votorantim.
Ele defende a flexibilização da Lei Cidade Limpa, que
limita hoje a colocação de
placas de, no máximo, 80 cm
x 60 cm. "A única contrapartida da prefeitura é a placa,
que, com o advento da Lei Cidade Limpa, ficou pequena."
Ajzenberg sugere uma
"troca". "Por que não flexibilizar a Cidade Limpa para
que os colaboradores assumam os relógios desativados
da cidade e passem a ter seus
logotipos estampados?".
Zorzete também acha necessário integrar o poder público ao esforço. "A escultura
não está isolada, ela está em
um contexto, é preciso integrar esforços. A empresa privada restaura, outra empresa
adota a praça, a prefeitura
ilumina a praça, o assistente
social vai ao local", afirma.
Para Percival Tirapeli, professor de história da arte brasileira na Unesp, o poder público deveria olhar essas
obras como instrumento na
educação da população.
Para ele, além de representar personagens importantes
da história, elas também espelham um pouco da pluralidade na formação da cidade.
"A diversidade de monumentos nesta cidade deveria
ser encarada pelas autoridades como uma escola pública
a céu aberto, uma leitura
constante a ser compreendida pela população", diz.
FOLHA.com
Percival Tirapeli analisa
os monumentos de SP
folha.com.br/ct771945
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