São Paulo, domingo, 25 de julho de 2010

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Augusta da balada tem cada vez mais gente e problemas

Barulho, ambulantes, roubos e tráfico incomodam moradores, que reclamam de falta de policiamento

Rua reúne público eclético, que cresce com a abertura de novas casas; movimento faz preço do aluguel subir

DE SÃO PAULO

Cinco anos depois do primeiro sopro de revitalização, com a abertura do clube Vegas, a rua Augusta não para.
Só no trecho entre a avenida Paulista e a rua Marquês de Paranaguá existem hoje 52 bares, 18 boates, 16 restaurantes, 23 estacionamentos e 15 bordéis. E novos lugares não param de abrir.
Num amplo galpão da rua Augusta, o boteco Hot Seria! - de 440 m2, sete metros de pé direito e uma pitangueira de 33 anos no meio do salão- foi aberto há três meses.
"Não dá pra fazer revitalização sem trazer pessoas, e os primeiros a chegar são os descolados. A Augusta é a nova Franz Schubert", diz o dono Daniel Sauer, em alusão à rua que ficou famosa nos anos 90 por reunir boates como Limelight e Kremlin.
Os problemas, como barulho, lixo, roubos, tráfico e ambulantes, dizem os moradores, crescem à proporção que surgem novas casas.
A polícia faz rondas, mas não para. "Não adianta passar de carro. Queremos a polícia nas calçadas, dando segurança a quem está ali", diz Célia Marcondes, presidente da associação do bairro.
A prefeitura diz que no último mês apreendeu 2.000 produtos, entre DVDs e bebidas, e que a Augusta é varrida duas vezes ao dia.
Nas noites de quinta a sábado, as esquinas das ruas Antônio Carlos e Fernando de Albuquerque estão cheias de gente nas calçadas -universitários, gays, neo-hippies, emos e manos.
Algumas quadras abaixo, o nicho é dos fashionistas e modernos, no bar do Netão, de playboys deslocados da Vila Olímpia, no Vegas, e dos roqueiros no Studio SP.
No meio do caminho, os botecos pé-sujo se misturam a bares como o Z Carniceria, de público mais contido, e às tradicionais casas de sexo.
Além de bares e boates, a Augusta também tem atraído moradores -e os prédios se valorizaram. O preço da locação das quitinetes subiu 80%, dizem as imobiliárias.
"Tem muito barulho, como sempre teve por causa da prostituição, mas instalei janelas antirruído", diz o economista Álvaro Ribeiro, que se mudou para lá em 2008.
(VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO)


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