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Augusta da balada tem cada vez mais gente e problemas
Barulho, ambulantes, roubos e tráfico incomodam moradores, que reclamam de falta de policiamento
Rua reúne público eclético, que cresce com a abertura de novas casas; movimento faz preço do aluguel subir
DE SÃO PAULO
Cinco anos depois do primeiro sopro de revitalização,
com a abertura do clube Vegas, a rua Augusta não para.
Só no trecho entre a avenida Paulista e a rua Marquês
de Paranaguá existem hoje
52 bares, 18 boates, 16 restaurantes, 23 estacionamentos e
15 bordéis. E novos lugares
não param de abrir.
Num amplo galpão da rua
Augusta, o boteco Hot Seria!
- de 440 m2, sete metros de
pé direito e uma pitangueira
de 33 anos no meio do salão- foi aberto há três meses.
"Não dá pra fazer revitalização sem trazer pessoas, e
os primeiros a chegar são os
descolados. A Augusta é a
nova Franz Schubert", diz o
dono Daniel Sauer, em alusão à rua que ficou famosa
nos anos 90 por reunir boates
como Limelight e Kremlin.
Os problemas, como barulho, lixo, roubos, tráfico e
ambulantes, dizem os moradores, crescem à proporção
que surgem novas casas.
A polícia faz rondas, mas
não para. "Não adianta passar de carro. Queremos a polícia nas calçadas, dando segurança a quem está ali", diz
Célia Marcondes, presidente
da associação do bairro.
A prefeitura diz que no último mês apreendeu 2.000
produtos, entre DVDs e bebidas, e que a Augusta é varrida duas vezes ao dia.
Nas noites de quinta a sábado, as esquinas das ruas
Antônio Carlos e Fernando
de Albuquerque estão cheias
de gente nas calçadas -universitários, gays, neo-hippies, emos e manos.
Algumas quadras abaixo,
o nicho é dos fashionistas e
modernos, no bar do Netão,
de playboys deslocados da
Vila Olímpia, no Vegas, e dos
roqueiros no Studio SP.
No meio do caminho, os
botecos pé-sujo se misturam
a bares como o Z Carniceria,
de público mais contido, e às
tradicionais casas de sexo.
Além de bares e boates, a
Augusta também tem atraído
moradores -e os prédios se
valorizaram. O preço da locação das quitinetes subiu
80%, dizem as imobiliárias.
"Tem muito barulho, como sempre teve por causa da
prostituição, mas instalei janelas antirruído", diz o economista Álvaro Ribeiro, que
se mudou para lá em 2008.
(VINÍCIUS QUEIROZ GALVÃO)
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