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Unificação deve estrear em 2004
DA REPORTAGEM LOCAL
Um sistema nacional de dados,
disponível aos Detrans do país inteiro, para que as infrações de
trânsito sejam cobradas independentemente de os veículos estarem em seus Estados de emplacamento. Essa promessa antiga do
governo federal já teve ao menos
duas "inaugurações" programadas, já foi alvo de campanha publicitária e acaba de receber um
novo prazo para entrar em vigor:
janeiro do ano que vem.
O "novo" modelo foi batizado
de Renainf (Registro Nacional de
Autos de Infrações de Trânsito).
Segundo Daniel Candido, do Denatran (Departamento Nacional
de Trânsito), seis Estados participarão dos testes a partir do mês
que vem: Paraná, Goiás, Bahia,
Rio de Janeiro, Pernambuco e São
Paulo, além do Distrito Federal.
A previsão é que essa fase dure
dois meses, podendo ser estendida por mais dois. Ou seja, na pior
das hipóteses, ao menos alguns
Estados já estariam cobrando as
multas dos automóveis "estrangeiros" no começo de 2004.
Tentativas
A discussão sobre essa necessidade ganhou força com a implantação do Código de Trânsito Brasileiro, em janeiro de 1998. O Denatran, na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso,
chegou a prometer o funcionamento do sistema unificado para
junho de 2001. Depois, remarcou
a inauguração para janeiro de
2002. Na época, houve até campanha publicitária, mas, na prática,
a troca de informações para a cobrança das multas interestaduais
ficou restrita às áreas da Polícia
Rodoviária Federal.
O atraso para a implantação do
sistema foi motivado pelas mudanças constantes na direção do
Denatran. Também houve divergências sobre quem ficaria com a
receita das multas e quem faria os
julgamentos dos recursos (os Estados de origem do veículo, onde
foi feito o emplacamento, ou
aqueles onde houve a infração).
O modelo era chamado de Renacom (Registro Nacional de
Compensação de Multas Interestaduais) e previa a participação da
iniciativa privada, que faria os
convênios com os Detrans.
Sem a unificação do sistema,
entretanto, aconteceram apenas
algumas parcerias limitadas entre
os Estados, sem atingir a maioria
da frota nacional.
Em novembro de 2002, o programa foi definitivamente abortado e então substituído pelo Renainf, que terá a intermediação do
Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados). A estatal
receberá R$ 0,27 para cada transação que efetuar entre os Detrans
para a cobrança das multas tidas
como "estrangeiras".
O dinheiro das multas irá para
os Estados de origem dos veículos, mas os Detrans dos Estados
onde acontecer a infração receberão uma quantia determinada para cada consulta realizada nas
suas bases de dados. (AI)
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