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"A gente precisa correr muito para sobreviver"
DA REPORTAGEM LOCAL
O mesmo motorista que
reclama da imprudência
do motociclista no trânsito muitas vezes exige que
sua pizza chegue rapidinho e liga para reclamar
quando ele se atrasa.
Para Juciara Rodrigues,
coordenadora de educação do Denatran (Departamento Nacional de
Trânsito), essa situação
indica que, embora a fiscalização com rigor dos motociclistas seja "muito importante", está longe de
ser uma solução mágica
para conter os acidentes
com esses veículos.
Rodrigues diz que, apesar de serem vistos como
vilões, os condutores de
motos -especialmente os
motoboys, que usam esse
veículo como instrumento
de trabalho- são também
vítimas de uma forma precária do serviço, que exige
rapidez. Até porque, em
muitos casos, eles recebem pelo número de entregas realizadas.
Para ela, a melhoria da
segurança viária passa pela "educação de todos", incluindo os motoristas de
carros, e pela regulamentação dos motoboys -a
maioria dos quais trabalha
sem carteira assinada.
Motoboy em São Paulo
há cinco anos, Wellington
Santana, 28, reclama da
possibilidade de uma fiscalização mais rígida das
motocicletas. "A gente
precisa correr muito para
sobreviver", diz. Ele levou
cinco multas neste ano.
O presidente do sindicato dos motoboys em São
Paulo, Aldemir Martins,
acha que ninguém deve ficar impune e propõe a
criação de mais faixas exclusivas para motos para
reduzir acidentes.
Na semana passada, a
CET implantou a primeira
experiência desse tipo no
país, na avenida Sumaré
(zona oeste de São Paulo).
Antes, já havia adotado
uma faixa preferencial para motos na avenida Rebouças -mas que foi desrespeitada pela maioria.
Na Sumaré, houve dois
atropelamentos no primeiro dia de faixa exclusiva. Ontem à noite, outro
acidente: uma moto foi
atingida por um carro que
fazia conversão proibida
na avenida. O piloto da
motocicleta fraturou o pé.
Para a CET, a experiência vai melhorar a segurança dos motociclistas.
(AI)
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