São Paulo, terça-feira, 25 de outubro de 2005

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"Sim" diz que vai passar o chapéu

DA REPORTAGEM LOCAL

O deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) disse que a frente pela proibição do comércio de armas de fogo e munição calcula que o custo da sua campanha possa chegar a R$ 2 milhões. E que o buraco nas contas fique entre R$ 200 mil e R$ 400 mil. "Vamos passar o chapéu", afirmou o deputado ontem à tarde.
Para o deputado, o grupo do "sim" errou ao não trazer para a campanha publicitária políticos que fazem oposição ao governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Os integrantes da campanha do "sim" entendem que boa parte da sua derrota no referendo do último domingo deve-se a votos de protesto contra os governos, especialmente o governo federal, que vive uma crise política.
"Não descolamos [do governo]. Propus trazer o Serra, [José Serra, prefeito de São Paulo], o Fernando Henrique Cardoso, mas houve uma decisão de não levar políticos", afirmou.
Ainda segundo o deputado, que foi tesoureiro da frente do sim, o momento político não era bom para o referendo, que foi visto, em sua opinião, como um estorvo.
"Além disso, o referendo não teve diálogo. A grande imprensa só começou a falar do assunto 20 dias antes da eleição", criticou ainda o deputado.

Armas satanizadas
Para Jungmann, mesmo com a derrota, houve ganhos para a frente parlamentar do "sim".
"A relação dos brasileiros com as armas nunca mais será a mesma. Elas foram satanizadas. Não é mais algo natural, o uso é socialmente negativo. O imaginário mudou", comemorou.
O publicitário Luiz Gonzalez, que cuidou da reta final da campanha do "sim", disse que o favoritismo desta opção -pesquisas falavam em adesão de até 80% da população -era falso.
Para Gonzalez, a campanha do "sim" erroneamente andou a reboque de questionamentos feitos pela frente do "não". Houve também a opção equivocada por um conjunto de argumentos, em vez de centrar em um apenas. (FL)


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