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"Sim" diz que vai passar o chapéu
DA REPORTAGEM LOCAL
O deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE) disse que a frente
pela proibição do comércio de armas de fogo e munição calcula
que o custo da sua campanha possa chegar a R$ 2 milhões. E que o
buraco nas contas fique entre R$
200 mil e R$ 400 mil. "Vamos passar o chapéu", afirmou o deputado ontem à tarde.
Para o deputado, o grupo do
"sim" errou ao não trazer para a
campanha publicitária políticos
que fazem oposição ao governo
Luiz Inácio Lula da Silva.
Os integrantes da campanha do
"sim" entendem que boa parte da
sua derrota no referendo do último domingo deve-se a votos de
protesto contra os governos, especialmente o governo federal,
que vive uma crise política.
"Não descolamos [do governo].
Propus trazer o Serra, [José Serra,
prefeito de São Paulo], o Fernando Henrique Cardoso, mas houve
uma decisão de não levar políticos", afirmou.
Ainda segundo o deputado, que
foi tesoureiro da frente do sim, o
momento político não era bom
para o referendo, que foi visto, em
sua opinião, como um estorvo.
"Além disso, o referendo não teve diálogo. A grande imprensa só
começou a falar do assunto 20
dias antes da eleição", criticou
ainda o deputado.
Armas satanizadas
Para Jungmann, mesmo com a
derrota, houve ganhos para a
frente parlamentar do "sim".
"A relação dos brasileiros com
as armas nunca mais será a mesma. Elas foram satanizadas. Não é
mais algo natural, o uso é socialmente negativo. O imaginário
mudou", comemorou.
O publicitário Luiz Gonzalez,
que cuidou da reta final da campanha do "sim", disse que o favoritismo desta opção -pesquisas
falavam em adesão de até 80% da
população -era falso.
Para Gonzalez, a campanha do
"sim" erroneamente andou a reboque de questionamentos feitos
pela frente do "não". Houve também a opção equivocada por um
conjunto de argumentos, em vez
de centrar em um apenas.
(FL)
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