São Paulo, quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

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Foco

Compras de última hora incluem até presente de Natal para o cachorro

MÁRCIO PINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O importante era garantir presentes para familiares, amigos e até para o cachorro, nem que isso fosse na véspera de Natal. Por isso, shoppings e ruas comerciais de São Paulo como a 25 de Março e a Oscar Freire receberam ontem aqueles que deixaram a compra da lembrança natalina para a última hora. Eles não enfrentaram grandes filas e puderam ainda aproveitar promoções.
Entre os que não passariam mais a festa em branco estava o cão Draco -apesar do nome forte e portentoso, um pequeno yorkshire. Uma caminha preta com pegadas pintadas em branco era o presente embrulhado para o cachorro que reside na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, juntamente com os donos, os advogados Carlos e Ana Leocádio -hospedados em São Paulo na casa de parentes para as festas.
"Não podíamos dar presente a todos e deixá-lo sem nada", afirmou Ana. Quando questionada por que havia trocado o fim de ano em Copacabana por São Paulo com direito a compras na 25 de Março na véspera natalina, afirmou sorrindo: "Para você ver o que não fazemos pela nossa família".
A rua freqüentada pelo casal estava cheia. Nem o calor superior aos 30ºC, o barulho irritante das buzinas que imitam crianças manhosas e o tumulto causado pelos vendedores cada vez que avistavam guardas municipais pareciam abalar a perseverança dos compradores. A enfermeira Renata Rodrigues Camargo, 28, disse que havia saído de seu plantão direto para lá. "Estou virada. Já comprei uma sapinha que dança. Preciso de presente para meu pai, sobrinho etc."
As promoções e os produtos oferecidos pelos camelôs pareciam fazer mais sucesso do que as lojas, mais vazias. "Só réplica. Só réplica. Vem para a moda", era o chamariz de um vendedor de óculos que traziam o nome Ray-Ban grafado.
Em uma loja de enfeites de Natal, era dado desconto de até 10%, e a crise era apontada como uma das vilãs pelo gerente pelas baixas vendas neste mês.
No outro extremo comercial do poder aquisitivo da cidade, a rua Oscar Freire, nos Jardins, vestidos na vitrine indicavam que virariam presente de Natal se alguém pagasse R$ 912. Algumas lojas também ofereciam promoções.
"Fizemos uma liqüidação neste mês que está ajudando nas vendas", afirmou Cristiane Guedes, vendedora da Cori. Segundo ela, o movimento ontem era mais tranqüilo porque o perfil dos clientes é de pessoas que viajam nas festas. Os que foram ontem às lojas eram os que não tinham tido tempo em razão do trabalho.
Foi o caso da médica Cintia Tamellini, de 29 anos. "Tem muita coisa boa aqui. É só saber entrar na loja certa. No shopping Ibirapuera encontrei preços mais altos", disse ela, que trabalhou até terça-feira e tinha na lista de compras sete presentes.
Já a produtora Patrícia Schaubaher, que esteve recentemente em Miami, disse ter se arrependido de deixar as compras para o Brasil e para o último dia.
O shopping Pátio Higienópolis foi outro que não ofereceu grandes filas, e algumas lojas estavam vazias. Vendedores afirmaram que os consumidores se anteciparam neste ano.


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