São Paulo, terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

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Motorista de caminhão terá que fazer exame de sono

Teste será feito para renovar ou tirar habilitação

DA REPORTAGEM LOCAL

Os motoristas que vão tirar ou renovar a carteira de habilitação nas categorias C, D e E -exigidas para dirigir, por exemplo, ônibus ou caminhão- terão que passar por um exame para verificar se apresentam distúrbios do sono.
A norma se tornou obrigatória ontem por uma resolução publicada pelo Contran (Conselho Nacional de Trânsito).
O objetivo é reduzir os acidentes viários provocados pelos condutores que dormem no volante, principalmente caminhoneiros e motoristas de ônibus nas estradas do país.
O Brasil tem hoje mais de 8,6 milhões de motoristas com esses três tipos de habilitação.
A nova regra prevê que os candidatos à CNH nas categorias C, D e E devem ser avaliados inicialmente a partir dos dados objetivos de hipertensão arterial, índice de massa corpórea e perímetro cervical, além de outros questionários subjetivos para aferir a sonolência.
Esses exames serão realizados junto com os demais exames já existentes de aptidão física e mental -e, por esse motivo, não devem ter custo extra, diz a assessoria do Contran.
Dependendo do resultado e da gravidade do distúrbio do sono, porém, os condutores poderão ser encaminhados para uma avaliação médica específica e para a realização de um exame mais demorado -a polissonografia, feita enquanto a pessoa dorme, por meio de sensores na superfície da pele.
Embora ele possa feito na rede pública, pelo SUS (Sistema Único de Saúde), há preocupação de lideranças de motoristas profissionais sobre a viabilidade e falta de estrutura hospitalizar no país para atender à demanda e os riscos de terem de recorrer a serviços privados.
Existe a possibilidade de os condutores que não tiverem resultados positivos na avaliação original obterem uma liberação temporária para dirigir.
Há diversos estudos que já relacionaram os acidentes à sonolência dos motoristas. Numa pesquisa realizada por um professor da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), 16% dos 400 motoristas de ônibus rodoviários entrevistados admitiam ter dormido ao volante e 52% afirmavam conhecer um colega de trabalho que havia passado por essa situação.


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