São Paulo, Sexta-feira, 26 de Fevereiro de 1999
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Garib cresceu dentro da máquina municipal

da Reportagem Local

Não é de hoje que o vereador Hanna Garib, fã do ator Charles Bronson- circula pelo mundo das administrações regionais.
Seu primeiro emprego na máquina municipal data de 1976 quando, aos 27 anos, prestou concurso e foi contratado como contador pela prefeitura.
Seis anos depois foi nomeado pelo então prefeito Reynaldo de Barros como administrador regional da Freguesia do Ó.
Saiu de cena no governo Mário Covas para voltar com Jânio Quadros, que o nomeou para a mesma Freguesia do Ó e, depois, o transferiu para a Sé.
Vaidoso, Garib costuma exibir com orgulho uma carta assinada pelo prefeito em agosto de 1988. Jânio pedia que Garib desistisse da sua candidatura à Câmara.
"Fiquei sabendo da sua candidatura (...) Permita-me discordar. Você foi, sem qualquer dúvida, o melhor administrador regional que já tive. Não abandone a nossa Sé", dizia Jânio.
Garib atendeu o pedido, mas teve de deixar a Sé quando Luiza Erundina (PT) foi eleita, em 89. Passou a atuar com o vereador Toninho Sampaio. Matreiro, Sampaio achava que, tendo Garib ao seu lado, teria mais votos no centro na eleição seguinte.
Acabou sendo passado para trás. Garib candidatou-se em 1992 e foi eleito com 13.207 votos

Cola
Garib, que nasceu no Líbano, chegou ao Brasil com dois anos. Seu pai era um comerciante abastado, que pôde colocá-lo em colégios tradicionais como o Liceu Coração de Jesus. Tem três diplomas: Ciências Contábeis, Direito e Administração de Empresas.
Se como funcionário público sofreu apenas um processo administrativo -acusado por faltas (arquivado em 87)-, na Câmara foi alvo de várias denúncias e críticas. A pior, até então, ocorreu durante a campanha para a reeleição em 96.
O seu comitê foi flagrado pela Folha fornecendo carteiras do PAS (Plano de Atendimento à Saúde) para eleitores, prática que caracteriza uso da máquina. O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) não aceitou o pedido de cassação feito pelo Ministério Público, alegando falta de provas.
No segundo mandato, Garib não é muito bem quisto por parte dos seus pares -que o chamam de Rena Garib, pelo fato de ele costumar pintar os cabelos.
Em 98, esses vereadores conseguiram derrubá-lo da liderança do governo. Alegaram que ele era arrogante e que não tinha boa vontade para intermediar os pedidos deles junto ao prefeito.
Eles não cansam de contar uma gafe que Garib cometeu em um debate. Ao responder a uma questão, disse: "Isso é uma inmentira" (sic).


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