São Paulo, domingo, 26 de março de 2006

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Empresa diz que reduziu ocorrências

DA REPORTAGEM LOCAL

A CPTM admitiu a ocorrência de tráfico, uso de drogas e atuação de ambulantes na linha F, que considera a mais "carente" de toda as seis que compõem a rede. A empresa informou que não tem capacidade para fiscalizar todos os trens do sistema ao mesmo tempo, mas que conseguiu reduzir a quantidade de ocorrências.
"Tenho 1.100 carros rodando por dia. Se eu colocar uma pessoa só no carro, não adianta, porque o agente não vai dar conta. Enquanto ele fica numa ponta do carro, estão fumando [maconha] na outra", diz o coronel da reserva Leopoldo Augusto Corrêa Filho, gerente de segurança da CPTM. Há, segundo ele, 440 agentes da empresa e outros 850 terceirizados.
Segundo a CPTM, o vandalismo é, atualmente, a ocorrência mais comum da rede. O roubo de fios, um dos problemas mais freqüentes, apresentou, de acordo com a empresa, queda significativa nos últimos anos. Foram 268 casos em 2004 contra 146 em 2005.
Outra ocorrência comum são os atropelamentos: foram 117, dos quais 49 fatais. Em 1996, foram 278 (141 com morte). No mesmo período, a quantidade de passageiros retirados das portas passou de 3.656 para 92.

Usuários
Quanto à condição precária da linha F, os problemas se devem, segundo a empresa, a dois fatores. Um deles é o período, relativamente recente, 13 anos, em que a empresa administra a rede ferroviária paulista. O segundo é a falta de educação da população.
"Os entornos das linhas trazem um diferencial brutal em relação a todas as ocorrências. Ou seja, sem querer fugir às nossas responsabilidades, o fator educação é bastante decisivo. Por exemplo, na Linha C [que sai de Osasco e passa por bairros nobres, como Cidade Jardim e Vila Olímpia], você não vê ninguém levando um pedaço de muro (literalmente) para casa", justifica Corrêa Filho.
Nos próximos 12 meses, a empresa vai investir R$ 250,6 milhões na construção de três estações (Jardim Romano, Jardim Helena e USP Leste), na reforma de outras duas (Comendador Ermelino e Itaim Paulista) e, ainda, na recuperação e aumento da oferta de trens -serão 59, contra os 49 atuais. O tempo de espera nas estações, no horário de pico, cairá de nove para sete minutos.


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