São Paulo, segunda-feira, 26 de março de 2007

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Promotoria apura falta de assistência a jovem

Garoto foi atingido por muro durante enchente

DO "AGORA"

O Ministério Público abriu uma investigação para apurar se a Prefeitura de São Paulo está fornecendo ambulâncias e dando tratamento adequado a David de Oliveira, 16, que em 1999 foi atingido pelo muro de sua casa, que desabou durante uma enchente, e está paralítico.
A acusação foi feita por uma voluntária que ajuda a família do rapaz. A prefeitura também vai averiguar responsabilidades nos atendimentos.
David sofreu o acidente porque queria salvar seu cachorro Tonyu, quando um córrego no bairro Jardim Campo de Fora (zona sul) transbordou.
No momento em que o menino, que tinha sete anos na época, tentava desamarrar o cachorro para que o animal não se afogasse, o muro desabou.
Sem conseguir achá-lo, seus pais seguiram a pista de Tonyu, que não parava de latir. David passou três meses em coma, na UTI do Hospital Campo Limpo (zona sul), período em que o cão parou de comer e morreu.
Quando teve alta e foi para casa, David se recuperou em uma cama hospitalar cedida pela unidade. "Depois de três meses, o hospital pediu a cama de volta", conta a vendedora e babá Geralda Ramos Vieira, 45, mãe do adolescente.
No ano seguinte, o menino foi incluído no programa de reabilitação da AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente). Como muitas vezes não havia ambulância para transportá-lo, ele passou a faltar a consultas e terapias.
"Eles me questionavam sobre as faltas, mas eu não podia fazer nada", diz Geralda.
Na última vez que uma ambulância apareceu, a maca não tinha cinto de segurança. David caiu e machucou tórax e rosto.
Geralda reclamou na UBS Parque Santo Antônio, prometeram apurar, e, depois disso, não teve mais ambulância.
Em 2005, com o fim do atendimento domiciliar prestado pelo Hospital Campo Limpo, David passou a ser atendido pela equipe da UBS -mas a família diz que não é suficiente.

Outro lado
A Prefeitura de São Paulo diz que a falta de ambulâncias é "inadmissível" e que vai abrir um processo administrativo para apurar responsabilidades, inclusive na queda do paciente em um dos veículos.
A Secretaria Municipal da Saúde informa que agendou para amanhã uma consulta com David na AACD. Diz que uma ambulância estará à disposição para o transporte.
Afirma ainda que não houve irregularidades no tratamento oferecido a David. A secretaria diz ainda que o hospital Campo Limpo deixou de atender o paciente quando ele recebeu alta e que, de acordo com o hospital, a maca e o aparelho de sucção pedidos de volta não poderiam ter sido cedidos em caráter definitivo ao paciente.


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