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Promotoria apura falta de assistência a jovem
Garoto foi atingido por muro durante enchente
DO "AGORA"
O Ministério Público abriu
uma investigação para apurar
se a Prefeitura de São Paulo está fornecendo ambulâncias e
dando tratamento adequado a
David de Oliveira, 16, que em
1999 foi atingido pelo muro de
sua casa, que desabou durante
uma enchente, e está paralítico.
A acusação foi feita por uma
voluntária que ajuda a família
do rapaz. A prefeitura também
vai averiguar responsabilidades nos atendimentos.
David sofreu o acidente porque queria salvar seu cachorro
Tonyu, quando um córrego no
bairro Jardim Campo de Fora
(zona sul) transbordou.
No momento em que o menino, que tinha sete anos na época, tentava desamarrar o cachorro para que o animal não se
afogasse, o muro desabou.
Sem conseguir achá-lo, seus
pais seguiram a pista de Tonyu,
que não parava de latir. David
passou três meses em coma, na
UTI do Hospital Campo Limpo
(zona sul), período em que o
cão parou de comer e morreu.
Quando teve alta e foi para
casa, David se recuperou em
uma cama hospitalar cedida
pela unidade. "Depois de três
meses, o hospital pediu a cama
de volta", conta a vendedora e
babá Geralda Ramos Vieira, 45,
mãe do adolescente.
No ano seguinte, o menino
foi incluído no programa de
reabilitação da AACD (Associação de Assistência à Criança
Deficiente). Como muitas vezes não havia ambulância para
transportá-lo, ele passou a faltar a consultas e terapias.
"Eles me questionavam sobre as faltas, mas eu não podia
fazer nada", diz Geralda.
Na última vez que uma ambulância apareceu, a maca não
tinha cinto de segurança. David
caiu e machucou tórax e rosto.
Geralda reclamou na UBS
Parque Santo Antônio, prometeram apurar, e, depois disso,
não teve mais ambulância.
Em 2005, com o fim do atendimento domiciliar prestado
pelo Hospital Campo Limpo,
David passou a ser atendido
pela equipe da UBS -mas a família diz que não é suficiente.
Outro lado
A Prefeitura de São Paulo diz
que a falta de ambulâncias é
"inadmissível" e que vai abrir
um processo administrativo
para apurar responsabilidades,
inclusive na queda do paciente
em um dos veículos.
A Secretaria Municipal da
Saúde informa que agendou
para amanhã uma consulta
com David na AACD. Diz que
uma ambulância estará à disposição para o transporte.
Afirma ainda que não houve
irregularidades no tratamento
oferecido a David. A secretaria
diz ainda que o hospital Campo
Limpo deixou de atender o paciente quando ele recebeu alta
e que, de acordo com o hospital,
a maca e o aparelho de sucção
pedidos de volta não poderiam
ter sido cedidos em caráter definitivo ao paciente.
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