São Paulo, sábado, 26 de abril de 2008

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entrevista

Medo da dor afasta homens, diz urologista

DA REPORTAGEM LOCAL

O medo da dor no exame do toque é uma das principais causas que afastam homens do consultório médico, segundo o professor titular de urologia da Faculdade de Medicina da USP, Miguel Srougi.
Ele disse que, nas classes mais altas, em geral, a prevenção é feita por metade dos homens. Já nas mais pobres, a procura é menor em razão da precariedade dos serviços públicos. O médico destacou ainda a importância das mulheres na prevenção.
Veja trechos da entrevista concedida ontem à Folha por telefone.

 

FOLHA - Por que muitos homens não se previnem contra o câncer de próstata?
MIGUEL SROUGI -
O principal motivo é a indigência do sistema de saúde. A pessoa marca um exame e tem que esperar seis meses para fazê-lo. Acaba desistindo. Nos homens em geral, um dos principais problemas é o medo da dor no exame do toque. O que é bobagem. Pode causar só um pequeno desconforto.

FOLHA - Quais são os homens que se previnem hoje?
SROUGI -
Nos EUA, 55% dos homens fazem exame de próstata. O número é parecido no Brasil nas classes mais altas. Uma característica interessante é que 65% dos que fazem exame são trazidos pelas mulheres. Elas são mais pragmáticas. Quando chegam aos 60, querem preservar a família.

FOLHA - E o preconceito quanto ao exame de toque?
SROUGI -
Existe. Mas o medo da dor é maior. O preconceito existe no mundo inteiro, principalmente em países latinos. É cultural. Mas quem faz uma vez, aceita outras mais facilmente.

FOLHA - Os pacientes confirmam o câncer com a biópsia?
SROUGI -
A maioria volta para confirmar. É importante a orientação do médico nesse sentido.


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