São Paulo, domingo, 26 de maio de 2002

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CAMPINAS

Ministério Público fiscaliza cumprimento de lei de cotas; e Apae firma parcerias para oferecer trabalho a alunos

Empresas abrem vagas para deficientes

FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

Jocilene Leal Tavares tem 34 anos e desde que nasceu não sabe o que é andar sem o auxílio de um par de muletas. Teve paralisia infantil e só conseguiu romper o preconceito que isola o deficiente físico do mercado de trabalho no ano passado.
A vitória foi a conquista do primeiro emprego com registro em carteira da vida. Hoje ela é auxiliar de produção em uma indústria farmacêutica de Campinas.
O exemplo de Jocilene serve para mostrar a importância de um trabalho de inserção de deficientes físicos e mentais desenvolvido pelo Ministério Público do Trabalho em Campinas, com base em um decreto-lei de 1999.
A regulamentação prevê a existência de cotas (de 2% a 5%) para deficientes dentro das empresas.
Em Campinas, serão gerados, a médio prazo, pelo menos 2.500 empregos para deficientes nas 50 maiores empresas. Elas estão sendo obrigadas a assinar termos de ajustamento de conduta com o Ministério Público do Trabalho.
Em todo o resto do interior paulista, foram movidos 400 inquéritos desse tipo, para que as empresas cumpram a regulamentação.
"A inclusão dos portadores de deficiência é uma preocupação recente. Percebemos boa vontade das empresas em preencher as cotas, mas elas esbarram na falta de qualificação dos deficientes", afirmou o procurador da Promotoria do Trabalho, Ricardo Fonseca, 43, que é deficiente visual desde o terceiro ano de faculdade.
As 50 empresas em acompanhamento na Promotoria possuem mais de mil funcionários cada uma e são obrigadas a reservar 5% de vagas para deficientes.
Além do trabalho do Ministério Público, a inclusão social de deficientes em Campinas conta também com a atuação de entidades da sociedade civil organizada.
A Apae-Campinas, por exemplo, mantém 239 alunos trabalhando. Eles prestam serviços para empresas como a 3M, Setec (Serviços Técnicos Gerais) e universidades como a PUC-Campinas. (CLAUDIO LIZA JUNIOR)


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