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São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 2003

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OUTRO LADO

Ex-secretário vê dificuldade em atrair brasileiros

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-secretário de Saúde do Tocantins Eduardo Novaes Medrado Santos, que assinou convênio em 2002 para levar 258 cubanos para a região, diz que, desde 97, o Estado contrata cubanos para atuar na área devido à falta de médicos, enfermeiros e técnicos.
"No último concurso público aberto em 97, para cada dez vagas em determinada especialidade, tínhamos apenas um inscrito. Como sempre encontramos dificuldade para trazer médicos para essa região, decidimos buscá-los em Cuba."
Segundo o ex-secretário, a entrada de médicos no Tocantins estava amparada até janeiro de 99 por um decreto federal que permitia que médicos do Caribe e de Cuba trabalhassem no Brasil. "Com a revogação desse decreto, começamos a fazer convênios específicos", diz.
O convênio assinado no ano passado pelo governo do Tocantins e pelo Ministério da Saúde de Cuba tem validade de dois anos e pode ser prorrogado por esse mesmo período.
"Mas não prevê o pagamento de salário de até R$ 10 mil. Isso não é verdade." Segundo ele, o salário é de R$ 2.880 mais os honorários de serviços produzidos e pagos pelo SUS.
Os médicos do Programa Saúde da Família, diz, recebem mais R$ 2.500. "Desse montante, R$ 1.500 são pagos pelas prefeituras e R$ 1.000 vêm do governo federal. O CRM até abriu processo contra mim por má aplicação do dinheiro do SUS, mas não deu em nada."
Para ele, a abertura de uma faculdade de medicina na região vai ajudar a fornecer mão-de-obra. "A primeira turma vai se formar em 2005."
Henrique Furtado, secretário da Saúde do Tocantins, diz que os médicos cubanos atuam principalmente em pequenos municípios. "Temos dificuldade para levar médicos para essas áreas. Se médicos brasileiros quiserem vir para o Tocantins, contrato todos", afirma.
A Folha procurou na sexta-feira o representante do Ministério da Saúde de Cuba, Filiberto Pérez Ares, mas ele não respondeu às perguntas enviadas por e-mail. (CR e FF)

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