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OUTRO LADO
Ex-secretário vê dificuldade em atrair brasileiros
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-secretário de Saúde do
Tocantins Eduardo Novaes
Medrado Santos, que assinou
convênio em 2002 para levar
258 cubanos para a região, diz
que, desde 97, o Estado contrata cubanos para atuar na área
devido à falta de médicos, enfermeiros e técnicos.
"No último concurso público
aberto em 97, para cada dez vagas em determinada especialidade, tínhamos apenas um inscrito. Como sempre encontramos dificuldade para trazer
médicos para essa região, decidimos buscá-los em Cuba."
Segundo o ex-secretário, a
entrada de médicos no Tocantins estava amparada até janeiro de 99 por um decreto federal
que permitia que médicos do
Caribe e de Cuba trabalhassem
no Brasil. "Com a revogação
desse decreto, começamos a fazer convênios específicos", diz.
O convênio assinado no ano
passado pelo governo do Tocantins e pelo Ministério da
Saúde de Cuba tem validade de
dois anos e pode ser prorrogado por esse mesmo período.
"Mas não prevê o pagamento
de salário de até R$ 10 mil. Isso
não é verdade." Segundo ele, o
salário é de R$ 2.880 mais os
honorários de serviços produzidos e pagos pelo SUS.
Os médicos do Programa
Saúde da Família, diz, recebem
mais R$ 2.500. "Desse montante, R$ 1.500 são pagos pelas prefeituras e R$ 1.000 vêm do governo federal. O CRM até abriu
processo contra mim por má
aplicação do dinheiro do SUS,
mas não deu em nada."
Para ele, a abertura de uma
faculdade de medicina na região vai ajudar a fornecer mão-de-obra. "A primeira turma vai
se formar em 2005."
Henrique Furtado, secretário
da Saúde do Tocantins, diz que
os médicos cubanos atuam
principalmente em pequenos
municípios. "Temos dificuldade para levar médicos para essas áreas. Se médicos brasileiros quiserem vir para o Tocantins, contrato todos", afirma.
A Folha procurou na sexta-feira o representante do Ministério da Saúde de Cuba, Filiberto Pérez Ares, mas ele não respondeu às perguntas enviadas
por e-mail. (CR e FF)
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