São Paulo, segunda-feira, 26 de maio de 2008

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Direção da Parada Gay barra carro de central sindical

Integrantes da Conlutas reagiram quando a PM tentou liberar a avenida e houve confronto; 4 sindicalistas foram levados ao 78º DP

Organização da parada afirma que o trio elétrico estava irregular; central nega e acusa a entidade de lucrar com o evento

DANIELA ARRAIS
LUIS KAWAGUTI

DA REPORTAGEM LOCAL

Aproximadamente 30 sindicalistas entraram em confronto com a Polícia Militar na tarde de ontem ao serem impedidos pela Associação da Parada do Orgulho GLBT de São Paulo de desfilar na Parada Gay com um carro de som. Segundo a polícia, eles tentaram interromper a passagem da parada.
O confronto aconteceu por volta das 15h de ontem, no cruzamento da avenida Paulista com a alameda Joaquim Eugênio de Lima. Quatro sindicalistas foram detidos. O grupo de sindicalistas integra a central sindical Conlutas (Coordenação Nacional de Lutas).
As duas entidades trocaram acusações. "Todos os trios elétricos têm normas a seguir e eles não cumpriram algumas regras, estavam com a documentação irregular", afirmou o presidente da associação da parada, Alexandre Santos.
José Maria de Almeida, presidente da Conlutas, nega e diz que o carro de som estava legalizado. "O que essa associação faz é utilizar comercialmente dessa manifestação. Fazem convênios com hotéis, empresas e lojas e ganham dinheiro com isso. Sabem que somos contra essa coisa", disse.
Alexandre Santos afirmou, por sua vez, que essa acusação de Almeida não faz sentido.
A Polícia Militar afirmou ter tentado negociar a saída pacífica dos sindicalistas.
Sem obter resultado, os policiais usaram cassetetes para forçar a saída dos sindicalistas, que revidaram atirando cavaletes e batendo nos policiais com cabos de bandeiras.
A Conlutas afirmou que uma mulher teve a mão quebrada e diversas pessoas se feriram, mas não forneceu o número de vítimas. Dois policiais militares foram atingidos por cavaletes de trânsito supostamente atirados pelos sindicalistas. Um sofreu um corte na cabeça.
O major Pedro Borges afirmou que integrantes do PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado) entraram portando bandeiras no carro de som da Conlutas. Segundo ele, manifestações políticas não são permitidas na parada.
Almeida e outros três sindicalistas foram levados ao 78º DP, onde assinaram um termo circunstanciado -em que se comprometem a se apresentar à Justiça para responder por desobediência e resistência à prisão- e foram liberados.


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