São Paulo, quinta-feira, 26 de junho de 2008

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PM vai colocar "espiões" em bares, diz major

KLEBER TOMAZ
DA REPORTAGEM LOCAL

Blitze com barreiras, uso de bafômetros e 130 policiais militares estarão espalhados em cinco pontos da cidade de São Paulo, principalmente onde há bares e concentração de jovens.
A operação começa hoje, às 20h, e se estenderá até domingo. Policiais à paisana estarão em bares para saber se alguém que deixar o estabelecimento tentará pegar o carro.
Quem se recusar a fazer o teste de bafômetro ou o exame de sangue no IML será considerado embriagado, diz o major Ricardo Fernandes de Barros, 47, comandante interino do 34º Batalhão de Trânsito.
"Se se recusar a fazer [teste de] bafômetro e sangue, será autuado pelo artigo 165 do código, que é uso de bebida alcoólica. Com o simples fato de ele se negar, receberá infração. Estará subentendido que bebeu e terá de pagar multa de R$ 955."
Leia abaixo trechos da entrevista que ele concedeu.

 

FOLHA - A PM vai realizar blitze com bloqueios para aplicar a lei?
RICARDO FERNANDES DE BARROS -
Em alguns bares de happy hour. Nós fizemos um mapeamento e vamos aproveitar e fazer uma blitze das 20h às 5h.

FOLHA - Como serão os bloqueios?
BARROS -
Estou fechando o planejamento. Em média, serão cinco pontos de bloqueio.

FOLHA - Nas estradas também?
BARROS -
Não. Tudo dentro da cidade de São Paulo. Vamos fazer os bloqueios perto de baladas e aglomeração de jovens.

FOLHA - A Folha publicou que o bafômetro detecta até bombom de licor. Qual a orientação para o cidadão que for pego pelo bafômetro porque ingeriu bombom?
BARROS -
Vai ser difícil, mas tem uma tolerância. Chega até 0,1 miligrama [de álcool/litro de ar], mas no momento em que a pessoa comeu. Quer dizer, a pessoa vai estar praticamente com o papel na mão que comeu. Depois de um tempo, ele já praticamente desaparece.

FOLHA - Anti-sépticos bucais à base de álcool podem ser detectados?
BARROS -
Sim, sim, sim! É como eu falei: é na hora em que a pessoa usou. Por isso existe uma toleranciazinha de até 0,1 miligrama.

FOLHA - Qual a orientação dada ao PM em relação a pessoas que alegarem que consumiram bombons ou fizeram bochecho com anti-séptico?
BARROS -
Isso aí não chega a atingir não, viu? Tem que ser uma quantidade boa. O bochecho -por exemplo, com Listerine- tem que ser praticamente imediato ali. Ele [tem] estar bochechando com Listerine e soprar o bafômetro. Por isso que os pontos onde nós usamos os bafômetros são pontos em que não vamos encontrar esse tipo de gente. Vamos encontrar pessoas que realmente saem dos bares.

FOLHA - E se a pessoa justificar que comeu um bombom com licor?
BARROS -
Pois é, o cara está na Vila Olímpia, saiu dos barzinhos e vai falar que estava escovando os dentes com Listerine?

FOLHA - Vocês vão utilizar policiais à paisana para observar se a pessoa que bebeu no bar entrou no carro?
BARROS -
Isso é comum fazermos, sim. Faz parte de nosso planejamento estratégico.

FOLHA - Onde serão os pontos?
BARROS -
[Praça] Silvio Romero [no Tatuapé], Vila Olímpia, Vila Madalena, o centro da cidade e outros. Como serão vários pontos, faremos em um e, depois, em outros.


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