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Tarifa de pedágio em SP vai aumentar na quinta
Serviço terá valor "quebrado" em R$ 0,05; na Bandeirantes, custará R$ 6,35
Para concessionárias,
troco ficará mais difícil;
governo discorda e
defende que cobrança
será mais coerente
ALENCAR IZIDORO
DE SÃO PAULO
Os pedágios nas rodovias
estaduais de São Paulo serão
reajustados na próxima
quinta-feira, dia 1º, e poderão ter tarifas "quebradas"
em R$ 0,05, sem os arredondamentos adotados até hoje
para facilitar a entrega de troco e evitar filas nas cabines.
No trecho oeste do Rodoanel, por exemplo, os motoristas deverão pagar R$ 1,35
-contra os atuais R$ 1,30.
Na praça do km 39 da rodovia dos Bandeirantes, uma
das mais movimentadas do
Estado, a tarifa deve passar
de R$ 6,10 para R$ 6,35.
O novo critério foi preparado pela equipe do secretário
dos Transportes, Mauro Arce, e visto por uma parte das
concessionárias de rodovias
como desrespeito contratual.
Além da necessidade de
dispor de uma quantidade
grande de moedas de R$
0,05, algumas avaliam que
podem ter aumento de gastos
para evitar filas nas praças de
pedágio, bem como prejuízos com essa fórmula.
O governo Alberto Goldman (PSDB), sucessor de José Serra, afirma que, com essa medida, os reajustes ficarão mais próximos dos índices oficiais de correção.
A assessoria do secretário
Arce nega que haverá transtornos, alega que "as moedas
de cinco centavos estão em
plena circulação" e que as
concessionárias devem fazer
a cobrança dentro dos tempos previstos nos contratos,
sob pena de punições em caso de filas excessivas.
Os contratos firmados na
década passada previam os
arredondamentos na casa de
R$ 0,10. Assim, se a tarifa calculada terminasse em até R$
0,05, ela era ajustada para
menos. Acima, para mais.
A Folha ouviu de técnicos
estaduais que um dos motivos do novo critério foi a tentativa de "atenuar" os reajustes -evitando alguns arredondamentos para cima às
vésperas das eleições.
Eles chegaram a calcular
uma diferença próxima de
R$ 2 milhões por mês de desequilíbrio contratual devido
às mudanças de cálculo.
A Secretaria dos Transportes diz que "não há qualquer
desrespeito contratual" e
que "qualquer diferença ou
desequilíbrio das tarifas será
ajustado futuramente".
O presidente da ABCR (associação de concessionárias
de rodovias), Moacyr Duarte,
informou que a medida "é
grave porque está sendo quebrada uma disposição expressa em contrato".
CRITÉRIOS
O critério usado para reajuste dos pedágios é diferente dependendo da estrada.
Em rodovias como Imigrantes/Anchieta e Bandeirantes/Anhanguera, as tarifas dos pedágios sobem
anualmente pela variação do
IGP-M, que acumulou 4,18%.
Esse índice se refere aos últimos 12 meses, é calculado
pela Fundação Getulio Vargas e base para corrigir os
contratos firmados por Mário
Covas (PSDB) na segunda
metade da década de 1990.
Em estradas como Ayrton
Senna e Dom Pedro 1º, concedidas à iniciativa privada
nos últimos anos pelo governo Serra, os motoristas deverão enfrentar um aumento
maior -porque ele é baseado
no IPCA, índice aferido pelo
IBGE e que acumulou 5,22%.
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