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Medicina ortomolecular muda hábitos
da Reportagem Local
Apesar de não ter como principal objetivo fazer as pessoas emagrecer, a medicina ortomolecular,
que busca o equilíbrio do meio interno do organismo, vem recebendo cada vez mais adeptos.
"Grande parte dos pacientes
que procuram meu consultório
vêm com o intuito de emagrecer", diz Efrain Olszewer, um dos
precursores da medicina ortomolecular no Brasil.
No entanto, ele adverte que seu
tratamento não visa emagrecer,
mas tratar pacientes doentes.
"Pessoas com problemas cardíacos, diabetes ou com problemas
de memória, por exemplo, recebem o tratamento para manter o
equilíbrio e a harmonia das moléculas do corpo e o emagrecimento
é uma consequência", diz.
Os principais clientes da medicina ortomolecular são as mulheres.
É entre elas também que o índice
de obesidade mais aumentou.
Entre 1974 e 1989, o índice de
mulheres adultas obesas passou de
8,2% para 13,3%. Entre os homens, o aumento foi menor: cresceu de 3,1% para 5,9% (veja quadro).
A medicina ortomolecular
-que ainda não é reconhecida
como especialidade médica no
Brasil- é uma espécie de monitoramento do combate que o organismo trava com os radicais livres
-subprodutos do organismo que
podem causar velhice precoce, artrite e doenças de pele, entre outras.
Para diminuir os efeitos nocivos
dos radicais livres e alcançar o
equilíbrio do corpo, a medicina
ortomolecular faz a reposição dos
nutrientes com megadoses de vitaminas, minerais e aminoácidos.
As doses e os nutrientes que cada
paciente recebe variam de acordo
com as necessidades verificadas
em uma série de exames -dosagem de minerais, hemograma e
mineralograma capilar, entre outros.
Dietas
Como parte das estratégias da
medicina ortomolecular para melhorar a qualidade de vida e a saúde dos pacientes estão as dietas alimentares que variam de acordo
com cada paciente. Na maioria das
vezes, é diminuído -ou abolido- o consumo de alimentos como carne vermelha, frituras, açúcar e enlatados com conservantes.
"Também há restrição no consumo de leite e seus derivados por
causa da fermentação que causa
no intestino", diz o especialista
João Curvo, do Rio de Janeiro, que
tem dezenas de artistas da TV Globo como pacientes.
A atriz Aracy Balabanian é uma
delas. "Mudei muitos hábitos da
minha vida desde que comecei o
tratamento e fiquei mais disposta." Ela procurou Curvo quando
sua casa foi incendiada, em 94.
"Fiquei desorientada, sonolenta,
perdi memória. Além de ter me recuperado, também
consegui manter a
forma com a reeducação alimentar",
conta.
A proibição de algumas combinações
-como carboidratos com proteínas
numa mesma refeição- faz parte de
algumas dietas. O especialista em medicina biomolecular
-mais ampla, que
engloba alguns aspectos da ortomolecular- José de Felippe Júnior exemplifica: "se eu der
cálcio para um paciente junto com
verdura, nas refeições, ele vai embora com as fezes. Mas, se o paciente tomar cálcio à noite, ao deitar, a absorção é melhor."
Apenas com combinações alimentares, Felippe Júnior afirma
que um paciente seu chegou a
emagrecer 40 quilos em um ano.
"Mas há pessoas que tentam o
método, mas não conseguem
emagrecer. Cada caso é um caso e
tem de ser cuidadosamente estudado."
(PRISCILA LAMBERT)
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