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Justiça e punição aos responsáveis pelo massacre de moradores de rua no centro de São Paulo. É o que pede a edição de agosto do jornal "O Trecheiro", dirigido à população de rua da cidade.
Produzida pela Associação Rede Rua há 14 anos, a publicação é distribuída mensalmente nas ruas de São Paulo e em espaços de convivência destinados a essa fatia da população.
O editorial do jornal registra que houve avanços na política de acolhimento aos moradores de rua na cidade, mas afirma que é preciso buscar outras alternativas de atendimento que não representem uma "tutela".
Há também uma crítica à cobertura do massacre pela imprensa, por usar termos considerados pejorativos como "mendigos" e ajudar a formar "opiniões preconceituosas sobre a população de rua".
Para Alderon Pereira da Costa, coordenador da Associação Rede Rua, os meios de comunicação fixaram-se nos crimes e pouco falaram sobre a realidade de quem vive nas ruas de São Paulo.
No entanto, ele declara que a mídia exerce um papel importante, pois, "se com ela a apuração está lenta", sem ela "não haveria nenhuma apuração" dos espancamentos que resultaram em seis mortos e nove feridos.
"Enquanto outros jornais mostram o lado sangrento do fato, "O Trecheiro" fala do lado humano e social de quem está à margem", explica Disley Germano, 29, morador do albergue Arsenal da Esperança, leitor assíduo da publicação da Rede Rua.
Wildo Saraiva, 34, e Antônio dos Santos, 45, também dormem em albergues e dizem que gostam do jornal porque ele fala sobre a "vivência" do morador de rua.
Uma carta aberta à população da cidade, assinada por 22 entidades que lidam com a questão dos moradores de rua, também foi publicada na edição deste mês do jornal "O Trecheiro".
"Hoje, em São Paulo, a exclusão que leva à situação de rua conduz também ao caminho da morte", declara o texto.


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