São Paulo, terça-feira, 26 de outubro de 2004

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Seqüestradores votaram para matar Emile

DO "AGORA"

Seis das oito pessoas presas acusadas do seqüestro e da morte de Emile Perez de Souza, 10, filha do candidato derrotado a vice-prefeito de Rio Grande da Serra (região do ABC Paulista), Nilson Gonçalves de Souza, 40, fizeram uma votação para decidir se a garota deveria ou não ser libertada com vida, segundo a polícia.
"Antes de matá-la, os acusados fizeram uma eleição e decidiram que a menina deveria ser morta, pois o cerco da polícia se fechava e ela também poderia reconhecê-los se fosse solta com vida", afirmou o delegado Nelson Silveira Guimarães. Ontem, a polícia disse ter esclarecido o seqüestro de Emile, morta à facadas, na madrugada de 7 de outubro, e encontrada em um saco de nylon.
No dia 3 de outubro, quando foi realizado o primeiro turno das eleições municipais, a menina fazia campanha política para o pai, em um escola da cidade, quando foi levada por dois dos acusados com a desculpa de que eles a levariam ao local onde os votos seriam contados. A intenção era conseguir um valor que, de acordo com a eleição ou não do pai de Emile, poderia variar entre R$ 10.000 e R$ 2 milhões.
Apontado como o mentor e líder da quadrilha que seqüestrou e matou Emile, um homem de 26 anos foi preso e denunciou sua mãe, de 52, como a pessoa que teria ajudado a levar a menina para o cativeiro. Além dos dois, foi preso um agricultor de 76 anos, que, no dia 7, disse haver tido "visões divinas" e ter sido por elas levado até o local onde estava o corpo. De acordo com a polícia, ele ajudou a cuidar da garota no cativeiro.
O primeiro a ser preso forneceu os nomes dos demais acusados. O rapaz de 19 anos era responsável pelo cativeiro e é suspeito de ter violentado Emile. Um outro rapaz, de 17 anos, foi acusado de receber R$ 50 para monitorar a família da menina durante o seqüestro. Ele está detido. Um ex-funcionário do pai de Emile também foi denunciado, assim como mais dois homens-um deles suspeito de esfaquear a menina.


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