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Polícia não sabe se testemunha atuou em ONG
DA REPORTAGEM LOCAL
DO "AGORA"
O delegado Marco Antônio
Bernardino Santos, da 5ª Seccional Leste de SP, afirmou ontem não ter nenhuma prova de
que a única testemunha da suposta corrupção de menores
praticada pelo padre Júlio Lancelotti foi mesmo funcionária
de uma das casas ligadas ao religioso, como ela alega.
A mulher foi ouvida anteontem, no mesmo dia em que a
Polícia Civil anunciou a abertura do inquérito. Somente ontem, porém, a polícia enviou
ofício à instituição pedindo a
relação dos funcionários que
trabalharam no local para confrontar a identidade.
A investigação contra o padre
Júlio foi aberta exclusivamente
com base nesse depoimento.
Segundo o delegado, a suposta
ex-funcionária -que não teve o
nome divulgado- não apresentou documentos que comprovassem sua ligação, como funcionária ou como voluntária, da
Casa Vida. A reportagem entrou em contato com a instituição, que não comentou o caso.
A testemunha, uma evangélica, só foi localizada pelos policiais com ajuda de produtores
de programas da Rede Record,
segundo a Folha apurou.
A emissora de TV, que pertence ao bispo Edir Macedo, da
Igreja Universal do Reino de
Deus, havia levado ao ar a entrevista dessa mulher no último domingo. O rosto e a voz da
entrevistada foram disfarçados, para preservá-la.
Sobre a falta de informação,
o delegado disse que não vê necessidade de comprovação "em
função de quem ela é", sem explicar quem é a mulher.
Anteontem, Santos havia
afirmado não ter questionado à
testemunha se ela era a mesma
que deu declarações à Rede Record no último domingo.
Ontem, ao ser apresentado
ao policial o documento interno da Polícia Civil, obtido pela
reportagem, que diz ser a mesma pessoa, o delegado determinou a apreensão do relatório.
Minutos depois desistiu e devolveu o papel à Folha.
Procurado pessoalmente
Lancelotti disse que não comentaria o assunto. A Record
não se manifestou sobre o caso.
(ROGÉRIO PAGNAN, ANDRÉ CARAMANTE E DIEGO ZANCHETTA)
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